FILOSOFIA PURA E APLICADA.


Se existe uma mulher que nunca fez "recall" e mantém por esta razão, todas as suas peças originais de fábrica, é Angeline B.liscão.
É sábia como os mais eruditos filósofos gregos e trata Sócrates de você, amigão e mané.


Esta intimidade de Angeline com a mais fina flor da filosofia grega a tornou um ser que esbanja uma perspicácia única.
Seu corpo, exala além de uma fragrância imbatível de sensualidade e inteligência também, aquela certeza de que, um homem para ser feliz a seu lado, basta tocá-la como fez a bíblica cristã ao puxar as vestes de Cristo, curando todas as suas enfermidades crônicas.
Por esta razão, eu a agarro compulsivamente, faço do seu corpo um verdadeiro exercício de leitura em braile pois, fico cego ao saber que sua presença me enleva,estimula, me levanta... Isso, levanta mesmo, e sem nenhum sentido dúbio, nem viagra ou o escambau.

Se ela estivesse no céu seria o mais brilhante cometa com aquela sua traseira em fogo e, caso nascida no mar,um exuberante e multicolorido coral,deixando-se penetrar nas profundezas abissais oceânicas por enormes peixes-espadas, e ainda bem que ela vive em terra firme.
Terra que, quando chove me enlouquece com aquele odor inconfundível de natureza molhada, encharcada, transbordante, uma forma de ela querer ser uma cascata para juntar-se ao meu rio revolto e num só desaguar,misturar a sua com a minha. 

Ficou explicito?
Nossas conversas, poderiam compor livros variados pois, duram horas,então somamos experiências de vida que se acumularam nestes anos nos quais eu estou ao seu lado e, de uma maneira privilegiada, como se eu tivesse me apoderado do segredo do cofre do Banco do Brasil ou  a senha das contas do emérito Paulo Salim Maluf, no exterior.
É verdade, companheiros ou quer que eu minta?
Nosso último diálogo  e bem ao estilo socrático,foi em uma instância, das mais tórridas temperaturas, quando nos hospedamos no Bangu’s Resort Fire, no qual, eu a suplicava para que não saísse do quarto.
 -Lógico que vou sair, estou sufocada, preciso de gente, ar, movimento, vou correr, não vivo sem isso! -reagiu Angeline, com a certeza de que: “Sim, ela podia”!
-Não vá amor, afinal, eu sou o quê?- desesperado tentava impedir que aquela Divisão Panzer atacasse com maiô preto coladíssimo naquele corpinho de bailarina-menina, os hóspedes.
-O que você é? Nesse momento, um gripado e indecoroso homem tussigeno, compulsivamente catarrento. Já fui... vou me banhar e ficarei molhadinha para me refrescar.
-Mais? – Tentei ensaiar um sub-reptício elogio.
-Engraçadinho!
-E se eu sentir saudade, amor?
-Telefona, use seu celular, ora bolas!
-ok.
E em poucos minutos, um aterrador sentimento de perda invadiu-me e liguei.
-Alô Angeline meu amor, está me ouvindo, bebezinho?

-Alô, está me ouvindo?-ela repetia do outro lado, quase aos berros.
-Esta ouvindo?- insistia eu com acessos de tosse e espirros seguidos, destes que saem as dezenas de forma incontrolável que inundam o ar com perdigotos indesejáveis.
-Mais ou menos, ouço muito longe, parece que sua voz vem do céu!Nossa você está um bagaço, homem!
- Será que eu já morri? É esta porcaria de celular, vou trocar por um mais moderno, que funcione que tenha um sinal forte e potente!
-Amor, quer saber uma coisa?- puxou Angeline do fundo da sua filosofia pura e aplicada.
-Fala querida.
-Você está muito pior que o seu celular pois, seus funcionamentos vitais estão precarissimos, e já pensou se por esta razão, eu troco você por um homem mais novo e com sinal forte, aquela potencia, toda? Cara, chego a sentir piripaques!
-O que?- Reagi com o amor-próprio ferido.
E depois disto, do outro lado, apenas aquela maldita robô da operadora telefônica, repetia a cada minha nova ligação:
-“Deixe seu recado".