Quer coisa pior do que você ser obrigado a cumprimentar de
dia, de tarde, de noite e a qualquer hora um cidadão que não é da sua família,
não tem nenhum grau de parentesco e nem sequer , na maioria dos casos, são
fofoqueiros, arrogantes, a mulher tem inveja do seu cachorro, os filhinhos
deles vivem destruindo seus ouvidos com aquele som de bate estaca
insuportável e a noite, em frente ao seu portão,queimam aquele indesejável
baseado que inunda o ar de mato queimado de última categoria?
Onde está escrito que somos obrigados a gostar de vizinhos,
a ser simpáticos com aquela mulher que vive empinando a bunda quando passa na
sua porta e já está deixando a “sua patroa” desconfiada, pois, jura de pés
juntos que são amantes há muitos anos.
Lógico o que pensaria a “patroa” se uma periguete lhe chama
de gatinho, docinho e outras intimidades que você jamais a deu e, na frente de
todos?
Na realidade, vizinhos são assim, ou daqueles que você nunca
os vê porque saem da garagem com os seus carros funerários de vidros pretos e
todos fechados ou de outras mais dadas, generosas,enfim...
Em ambas as situações, sejam eles com cara de poucos amigos
que, no máximo olham para você e dizem “oi” como se você fosse boi e, estivessem
se livrando de uma terrível obrigação ou aqueles outros, com as gengivas
exposta e aquele monte de dentes aparecendo sempre, com um sorriso armado,
amarelado e artificialíssimo.
É o vizinho que fala segurando e apertando seu corpo, feito políticos às
vésperas de eleição quando costumam até chupar laranja, misturado com o povo e
colocam criancinhas no colo e,
vivem levantando e acenando os braços.
Pobres e indefesas vitimas eleitorais.
Seja como forem, daquele tipo ou daquele outro, nos finais
de semana convidam sempre uns bebuns que enchem a casa e queimam uma carne na
churrasqueira inundando o ambiente com uma fumaceira insuportável.
Na hora (altas horas!) da despedida invadem as tranquilas
ruas do condomínio contando as principais peripécias daquele inferno de Dante,
ocorrido durante todo o dia.
São reprises intermináveis de cenas daquela novela e, como
nem se aquentam em pé, se encostam no nosso carro e alguns até tem que, ser
tirados de cima do capô daquilo que você comprou com tanto sacrifício: Seu
carro vira sofá de embriagado.
E você ainda tem que ser simpático, urbanizado, civilizado
com todos eles compreendendo que, afinal eles podem, pois pagam o condomínio.
Podem? Podem é o cassete!
Vizinho é sempre maldito, chato, fofoqueiro, metido a rei da
cocada preta, seus filhos são um porre, intragáveis ou são problemáticos pela
sua própria natureza ou a natureza os tornaram insuportáveis por nem ela aguentá-los e sabe o sinônimo de vizinho?
Certamente, vocês devem ser também, uns vizinhos pentelhos e
detestáveis.
Brincadeirinha gente, brincadeirinha mesmo, eu amo todos
vocês. E muito!