E NOS MUROS...TREPADEIRAS!

                                      

Naquela mansão, duas irmãs conversavam sobre a reforma da casa onde moravam.
Marilaine e Rosália eram dessas meninas com carro do ano na garagem, poupuda herança garantida, muitos pretendentes, e nasceram para viver a vida, sem limitações.
É verdade que, nem todos dão a mesma sorte!

Ambas, gozavam literalmente os momentos sem nenhuma preocupação com o amanhã.
E para variar conversavam sobre futilidades:
-Rosália, eu estava lendo numa revista de decoração que a última moda é, na frente das casas, como a nossa, colocar-se trepadeiras pois, elas dão o ano todo.
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-Mais uma Marilaine?
-Como assim, Rosália. Não entendi esta sua “mais uma”- retruca Marilaine
-Estamos falando de trepadeiras, não é? Então, mais uma aqui pra casa- respondeu provocativa a tal da Rosália
-E qual é a outra Rosália?- Pergunta Marilaine cheia de dúvidas e sem dúvida nenhuma.
-Você, Marilaine é lógico! Poxa mulher, você não pode ver um homem. Até com o meu último namorado você transou e dentro do meu carro. Meu carro entendeu? Ele mesmo me falou que foi dentro do carro, na nossa garagem e de manhã quando fui para o trabalho, ainda senti aqueles malditos odores e que tanto me excitaram – desabafou Rosália, sem deixar escapar,no entanto, risos inevitáveis.

-Não era mais seu namorado. Era só mais um homem disponível. Um homem, não, um falo disponível, ta?
-Falo?o que é isso?- pergunta Marilaine incrédula e confusa.
-Procura no dicionário sua anta!E quer saber? Eu cansei de ser cantada por ele, muito xaveco no meu ouvido e isso, enquanto ainda era seu namoradinho. Você não dava conta do recado? Eu dei,sim,dei yes em todos os idiomas, mas e foi quando vocês terminaram. Então eu dei, mesmoooo!

-Eu sei que deu.Aliás se existe alguma trepadeira entre nós duas é você Marilaine. Nossa, pisa no freio. Aliás só pensei em botar uma trepadeira na frente da nossa casa para você ter companhia.
-Tá bom. Mas, não pode ser um “trepadeiro"? Eu ficaria melhor atendida- ridicularizou logo a conversa, a atrevida Marilaine, entre boas gargalhadas.
-Tem uma que é linda, vermelha, intensa, o nome dela é lágrimas de Cristo
-Não Rosália, deixa Cristo fora disso.
- Ah, tem outra muito bonita, também Marilaine é a sete-léguas, de rápido crescimento, dá muitas flores cor de rosa...
-Se cresce rápido ficamos melhor servidas. - E continuam os prolongados frouxos de risos.


-Nossa, Marilaine, mas são sete- léguas. Não acha grande demais?
 - E daí? Que venham as sete, oito, nove...
- Chega depravada, pára com isso.
-Já sei vamos botar então a jasmim - estrela é branquinha e cheirosa.
- É lésbica agora, santinha? - Novamente, muitos risos, gargalhadas e agora, abraços.
Não teve jeito.
Prevaleceu mesmo a mais lógicas das idéias provocativas e, as trepadeiras atualmente, enfeitam os muros daquela cobiçada residência e sempre muitissimo bem cuidado pelos jardineiros da vizinhança.

E todos se apresentaram,solícitos e desinteressadamente! 


Com muito prazer.


Aliás, ,isso é o que todos eles esperam.