JÁ OUVIRAM UMA COISA DESTA?


Estava na fila do teatro - êta povo para gostar de fila, concorda? - e na minha frente duas senhoras chamaram minha atenção, pois, “conversavam” de uma maneira muito atípica e vou lhes ser muito sincero, de uma forma como eu nunca tinha visto.
Já vi muita coisa em termos de não- diálogos e não- conversas mundo afora, inclusive um casal que sentou a meu lado num restaurante e o companheiro daquela mulher, desde o momento que ambos sentaram até quando eu me retirei, eles em nenhum momento deixaram de falar no celular e ela, um pouco mais “educada” falava e desligava, falava e desligava.
Mas ele, nem respirava!
Inclusive, enquanto comiam.
Uma tristeza, verdadeira morte do diálogo humano.
Agora imaginem o quanto de farofa, restos não engolidos de carne, pedaços perdidos de arroz, quiabo e quantas gotas de saliva e tipos outros de bebidas diferenciadas, não ficavam coladas na tela daqueles celulares.
Em nenhum momento falaram um com o outro até a hora que saí dali.
Mas o que vi e ouvi na fila para compra do ingresso de um teatro foi isso:
-Vecu sapnqurvcfsse rsrsrsrfiladrnda muie jurinbe que pnsioueu penirsrsrsrsrsntersei que vc fosse filha da eanuela de costaVecusapnqurvcfsse .Voersckkkê, Nãoioelermesmoamekkkkkkfalentensem dideufi aoou maretisseolu nsentikkkkkkkdores namseoraamescaloiuorado. Ersdea sntró mdrsrsrsebtroais uodom heesomjhem podisprsrsrsrsrsroinstennível. Nmaiterão miera naramais seutru nãokkkkkkpneomeimoradorsrsrsrs.


                                                                  
Não conseguiram entender?
Pois é, muito menos eu.
Afinal as duas falavam rigorosamente ao mesmo tempo e quase sem respirar, como se fosse uma competição de frases seguidas e ditas umas depois das outras por ambas numa tentativa bizarra, como eu jamais havia pensado que duas pessoas pudessem não deixar e em nenhum momento a outra falar, e  ambas sendo atropelada uma pela outra e a outra, por uma.
E ainda... vice-versa!


                                                                                     

11 comentários:

Helcio Maia disse...

Os curiosos diálogos virtuais! Que assassinam a curiosidade acerca do outro. Ou melhor, constroem cercas entre um e outro. Medo de si mesmo, do outro? Atos de onanismo dissimulado? Pode ser, ou não. Pergunta-se: tudo bem? Sem que a resposta seja minimamente relevante, até porque acontece na insólita forma de pergunta, aliás, a mesma, mesmíssima: tudo bem? Os diálogos virtuosos ou, sem tanta pretensão, os diálogos humanizados, em que ambos falam, ambos escutam, ambos respeitam pensamentos e pausas parecem escassos, como tantas outras coisas, outrora valorizadas, que caíram em desuso.

Mirtes Stolze. disse...

Boa noite Paulo.
Para mim não é novidade alguma sair de ver pessoas se comunicando mesmo estando de frente uma a outra pelo celular. O que me deixa triste em ver pessas deixando de lado o contato humano. O virtual é uma evolução, mas jamais uma substituicao de um diálogo. Quanto a conversa presenciada também não entendia nada rsrs. Uma feliz semana. Beijos.

Mirtes Stolze. disse...

Boa noite Paulo.
Para mim não é novidade alguma sair de ver pessoas se comunicando mesmo estando de frente uma a outra pelo celular. O que me deixa triste em ver pessas deixando de lado o contato humano. O virtual é uma evolução, mas jamais uma substituicao de um diálogo. Quanto a conversa presenciada também não entendia nada rsrs. Uma feliz semana. Beijos.

C. Dorothy disse...

Oi Paulinho dois pontos pt saudades. Cara eu acho que essa conversação das duas senhoras só pode ter um propósito: Falar rápido pra viver mais, mulher tem um medo desgraçado de morrer e faz tudo em disparada dai.... Adoro sua escrita, obrigada e apareça vc é muito bem vindo, um beijo!

PAULO TAMBURRO. disse...

MIRTES STOLZE,

pois é Mirtes, não nos causa mais surpresa porém, é muito triste,concorda?

Estamos criando terceiras pessoas robóticas e insossas e com elas a falta de emoções humanas.

E quanto ao "dialogo atravessado" você tem certeza que não entendeu nada,mesmo?

Não estará sendo muito rigorosa? kkkkkkkkkkkkkkkk

Um abração carioca Mirtes e obrigado pelo excelente comentário.


PAULO TAMBURRO. disse...

OI C.DOROTHYZINHA,

todos os pontos e pt (que é a abreviação de Paulo Tamburro)a mesma saudade!

você levantou um outro "ponto" importante ou seja, o ter que falar tudo e muito rapidamente como sublimação do medo da morte e assim "pensar" estar vivendo mais.

Esta sua inteligente colocação daria um outro texto... vou pensar!

Vou aparecer sim ,tenha a certeza e vai ser agora.

Um abração carioca.

PAULO TAMBURRO. disse...

HELCIO MAIA,

você "passeou" legal pelo tema.

Criou e analisou situações diferenciadas de dialagos.

Parabéns Helvécio!

Um abração carioca e volte sempre para enriquecer nosso trabalho.

Jossara Bes disse...

Oi Paulo!
Você é demais! Seu humor é 10!!!
Posso ver os personagens dos seus textos!
Beijo carinhoso!
Feliz 2016!

PAULO TAMBURRO. disse...

JOSSARA BES,

ver você até pode mas, entender fica muito difícil. kkk

Um feliz tudo para você em 2016.

Além daquele costumeiro abração carioca.

Unknown disse...

Paulo, belo texto, gostei do enfoque dado, hoje as pessoas não querem, manter diálogos, escutar e entender o que a outra fala, querem apenas dar ou impor suas opiniões e pronto. Está certo que ali, não dava para se entender nada e elas mesmas, nem se preocupavam com isso...
Se texto me fez lembrar, a célebre frase do genial Chacrinha, "Quem não se comunica se trumbica..."
Ótimo 2016 para você, amigo.

Um abração carioca!

PERSEVERÂNÇA disse...

Tentando entender, para poder comentar rssss

rindo muito.

Abraços
Nicinha