A SEGUNDA GRANDE DISCUSSÃO COM A EDITORA.
A QUESTÃO DA ORELHA
Além de terem mudado meu nome para um que fosse mais atrativo para o marketing e a mídia em geral ,no qual eu deixei de ser Paulo Tamburro para ter que engolir este nome globalizado, internacionalizado e metido à besta de Paul Tamburrowisk veio a segunda grande desavença entre este autor e a editora:É que ela queria que o livro tivesse uma orelha e eu achava pela dimensão histórica da obra,deveria ter sim, mas um rosto completo
Em principio recusei‑me a permitir a
inclusão de somente uma orelha neste livro. Durante algumas semanas ponderei junto ao
dono da editora que Hádeser, nos traria um resgate de um passado absolutamente,
desconhecido pela humanidade e pela magnitude histórica dos ensinamentos que
aqui serão oferecidos ao grande público e a classe política em geral ‑ que
poderão até mesmo servir de balizamento programático para os futuros governos sejam eles de tubarões, lulas, camarões ,peixe espada ou baiacu ‑ este livro merecia ter um rosto completo. repito,e não e tão somente uma simplória orelha.
No entanto, os burocratas de plantão fincaram pé naquilo que diziam ser
"norma da editora e impossível de ser alterada".
Um deles até numa
atitude grosseira disse que “era melhor ter a tradicional orelha do que uma
cloaca”.
Como ele me pegou desprevenido com esta palavra fui correndo ao dicionário saber o significado daquele troço e la estava que cloaca é a cavidade onde se abrem o canal intestinal,o aparelho urinário e o genital das aves granivoras em maioria,dos repteis,dos anfíbios, dos peixes cartilagíneos e mamíferos monotremados.
Resumindo:Onde saem as fezes, a urina, o esperma e os ovos.
Após ter aquele choque de constrangimento com a contundência comparativa daquela afirmação do conselheiro da editora , reconheci que uma orelha seria o menos pior, pois, espantava aquela indesejável cloaca do meu livro apesar de destruir meu sonho de poder colocar um rosto completo em Hádeser - O país do futuro.
Resumindo:Onde saem as fezes, a urina, o esperma e os ovos.
Após ter aquele choque de constrangimento com a contundência comparativa daquela afirmação do conselheiro da editora , reconheci que uma orelha seria o menos pior, pois, espantava aquela indesejável cloaca do meu livro apesar de destruir meu sonho de poder colocar um rosto completo em Hádeser - O país do futuro.
Superado aquele impasse burocrático, afirmo que o livro trata de relatos fantásticos sobre uma
antiga nação que existiu, provavelmente onde ninguém sabe e, muito menos de mais
nada que possa ser esclarecido. No entanto, o achado do seu material histórico
gravado em latim vulgar em varias fitas‑cassetes encontradas na gruta do Pinto Caído no interior do Piaui as quais mandei traduzir, contratando um seminarista
que me cobrou duzentas e oitenta e cinco velas daquelas imensas que duram 30 dias, por cada hora de
gravação, irá revelar uma nação como nunca, outra existiu.
Paguei sem regatear, apesar dele ter declarado não saber o que faria com tantas
velas e tão grossas,caso não obtivesse êxito como seminarista. Afinal, enfiar aquilo tudo
onde? Deixou de ser problema meu!
Hádeser é um épico da esculhambação sócio‑politica e econômica de
uma época tão pretérita ‑ se você não conseguiu entender o significado desta
palavra sugiro procurar uma revista em quadrinhos e que só tenha quadrinhos ‑ mas que em vários momentos parece ser aqui e
agora. A devassidão das atitudes em todos os setores da sociedade Hádeseriana
supera em muito as verificadas nas torcidas organizadas nas arquibancadas do Maracanã ou das maracutaias
políticas brasileira. É um livro de leitura obrigatória para todos os nativos
que sempre ouviram, continuam a ouvir e, pelo jeito ouvirão ainda por muito
tempo, esta secular, irritante e despudorada frase “de que seremos o país do
futuro”.
Confiram na história de Hádeser as verossimilhanças com algumas nações
contemporâneas nas quais, ou você já ouviu falar ou encontra‑se milagrosamente
sobrevivendo, como um cego, surdo,mudo ou imbecilizado socialmente.
O que absolutamente, não é o seu caso, o meu,enfim o nosso caso!
CONTINUA...