CITANDO O BARÃO DE ITARARÉ.


                                                    

                                                                                       
                            "Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados".
                                                                                                                               
                                                                                      Barão de Itararé.

Barão de Itararé foi como se auto-intitulou o jornalista gaúcho Apparício Torelli (1895-1971), pai do humorismo brasileiro, tinha os jornais alternativos A Manha e Almanaque, publicados no Rio de Janeiro e depois em São Paulo.
Com eles enfrentou e espezinhou o Estado Novo e os políticos corruptos e conservadores de sua época.
Por isso foi preso diversas vezes, sem nunca perder o humor, os trocadilhos e as piadas. Tanto que, cansado de apanhar da polícia secreta é repressora daquela época, colocou na porta de seu escritório uma placa com a hoje famosa frase :'Entre sem bater''.
Se ainda estivesse vivo, muito material teria para nos fazer morrer de rir, neste verdadeiro circo dos horrores que estamos vivendo.
Apesar dele sempre reconhecer que, ”tudo seria fácil se não fossem as dificuldades”, será que sobre este alvoroço que as ruas estão fazendo contra isso e aquilo, ele ainda sustentaria a tese de que: ”O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro”.
Será?
O que mais espanta todo mundo é que antigamente as negociatas eram de no máximo dez por cento pra lá, dez por cento pra cá, mas agora só se fala em milhões, bilhões e o escambau.
Os caras quebram literalmente uma empresa, fazem delas cacos inservíveis e escolhem sempre as maiores.
É tanto dinheiro saindo dos nossos bolsos e voando sobre as nossas cabeças que às vezes pensamos que o tempo mudou ou não tínhamos sido informados sobre um eclipse solar, mas descobrimos que não é nada disso e sim, aquela imensa nuvem de dinheirama da corrupção que chega a ofuscar o brilho do sol.
Tem gente que culpa este partido, tem gente que culpa aquele outro, mas tem gente também que culpa a si mesmo por não estar nem naquele, nem naquele outro, pois, afinal, se tem gente assim, a frase sobre negociata do Barão estaria explicada.
Não seria o fim de tudo se alguém criticasse a roubalheira, por não estar roubando também?
Barão de Itararé teria razão ao ter proposto de forma critica, caustica e debochada,
como o fez no passado apregoando que: ”Ou se instaura a moralidade, ou nos locupletemos todos”.
Vamos esperar que a imensa maioria deste povo brasileiro honrado, continue lutando para que políticos e empresários corruptos possam ir para a cadeia.
Concordam,portanto, que isto não tem graça nenhuma?