Percinalva e Odílio se conheceram no churrasco na casa de
amigos comuns que, comemoravam ninguém sabia bem o quê, mas os anfitriões sabiam e
deveria ser coisa muito especial, destas que merecem um dia inteiro de outras
comilanças.
Ela professora primária e com dotes educativo-pedagógicos de
fazer qualquer homem querer vê-la apagando o quadro negro naquele balanço
sincopado de matar de vontade o mais caído e desinteressados dos homens.
Odílio era simplesmente um macho alfa, pegador, tomava
decisões rápidas e demonstrava rara competência para envolver suas parceiras
desejadas, como aquele hábil malabarista do Cirque Du Soleil.
Percinalva que desde cedo tinha aprendido a manusear um giz de qualquer tamanho sem quebrar e que, a parte mais sensível do homem numa churrascada era a orgia das carnes macias, foi direto ao assunto:
-Gosta de maminha?
-Como assim?- perguntou Odílio ainda meio impactado, olhando
fixamente para o decote do vestido de Percinalva que generosamente , deixava
transbordar seus seios como se quisessem cair no colo do homem amado.
-Maminha de alcatra, menino bobo.
-Ah, sim adoro...
-Vou fatiar pra você e pra mim picanha!
- Obrigado, muito gentil – e quando a professorinha deu as
costas em direção aos espetos, Odílio teve a certeza de que aquela era uma mulher para centenas de talheres,indo ou vindo.
Ficaram conversando à tarde-noite inteira até que a curiosidade de Percinalva, já pensando em véu, grinalda, igreja florida, padrinhos o que mataria de inveja aquela sua vizinha bisbilhoteira e olho gordo, perguntou o inevitável:
Ficaram conversando à tarde-noite inteira até que a curiosidade de Percinalva, já pensando em véu, grinalda, igreja florida, padrinhos o que mataria de inveja aquela sua vizinha bisbilhoteira e olho gordo, perguntou o inevitável:
-Faz o que, Odílio?
-Eu faço de tudo – e os dois riram alto e demoradamente.
-Não é isso, você trabalha em quê?
-Percinalva...sou vagabundo!
-Como assim, vagabundo?
-Está vendo é sempre a mesma história, mas eu explico.
-Gostaria Odílio,por favor.
-Eu sempre pergunto as minhas namoradas se elas querem ser
amadas tempo integral e dedicação exclusiva ou estão querendo aquele
relacionamento formal de bater ponto duas ou três vezes por semana, aos sábados
e domingos e rapidinho, pois, tudo tem que ser feito em quarenta e oito horas
disponíveis.
-E para fazer uma mulher feliz você acha que só um
vagabundo, conseguiria?
-Percinalva, o que vejo por aí é isto. Relacionamentos que
duram quase nada por excesso de dor de cabeça por parte delas e muito futebol nos fins de semana por parte
deles.
-Que teoria absurda!
-Pois é prefiro ser um vagabundo e ter ao lado uma mulher
plena de prazeres e sentindo-se sempre atendida como se estivessem num hotel dez
estrelas de Dubai do que o contrário.
Bem, resumindo: Os dois estão juntos há mais de oito
anos, cinco filhos o que corresponde a dizer que Percinalva que tem uma pele
esfuziantemente brilhosa, sorrisos de ponta a ponta da boca, sempre jovial,
alegre e desconhecendo este negócio de TPM, resolveu pesquisar melhor aquela
tal “teoria absurda” e aprovou integralmente seus resultados. Fazer o que né?