-“É o fim disto tudo meu amor. Vamos nos trancar no
banheiro, inalar o gás e morrermos abraçadinhos”.
Esta frase sinistra de Bartolo Adriano para sua parceira,
encrenqueira e cônjuge Maria de Pravada será aqui explicada nos seus detalhes
mais macabros, insólitos e repugnantes ficando, o julgamento, para a
posteridade.
Casados há quatro meses, ou seja, uma eternidade para estes
tempos modernos e confusos das coisas que, atualmente tem que ser tudo muito rapidinho, no
qual, nada dura mais, do que pequenas vinte e quatro horas e se chegar a uma
semana é lucro. Sendo assim, até ejaculação precoce fica muito difícil ficar esperando.
Eles discutiam muito, feriam um ao outro por besteiras,
sinônimo clássico de coisa nenhuma, e então se pegavam, mas o que é pior, pela
sala, corredor, varanda, cozinha, pois afinal, se eles fizessem isso em cima de
uma cama, então alvíssara berraria o mitológico deus Baco dos vinhos, festas e
todos os prazeres.
E como tudo começou?
-Bartolo Adriano, dá para você cortar esta unha do seu pé,
pois ta enorme entortada pra baixo de tão grande e suja, seu porco!
-Você existe para botar minha auto-estima sempre pra baixo
né, Maria de Pravada?
-Não é não! Apenas detesto estas coisas em você e tem
mais...
-Mais?Pode falar sua ingrata sou todo ouvido
-Por falar em ouvido, Bartolo Adriano ele também precisa de
um cotonetezinho amigo, de vez em quando...
-Quem é você pra falar assim de mim, você usa esse sutiã cor
de abóbora, desde nossa lua de mel, e até já desbotou,rasgou e o escambau!
-Lua de Mel? Você ousa chamar aquilo de Lua de Mel, animal?
Jogou-se em cima de mim, babando meu rosto todo e sabe que, eu detesto que
fiquem babando o meu rosto-desabafou Maria de Pravada fazendo carinha de
infeliz
-Mentirosa!Você enquanto fazia ai, ai, ui, ui, dizia que
estava gostosinho e eu acreditava.
-Era pra ver se a coisa melhorava. Tava botando combustível neste
seu motor que vive falhando.
-Ingrata, quando lhe deixei na mão?
-Eu é que sei. Perdi as contas. E na mão quem fica é você de madrugada vendo aqueles vídeos pornôs, no computador, seu safado.
Quem não te conhece que te compre, Bartolo Adriano.
-Eu nem gosto disso sua pérfida!
-Que diabo de pérfida é isso?
-Isso mesmo ignorante, iletrada inculta, pérfida é falsa,
enganadora, traiçoeira – disparou feito uma metralhadora impiedosa atingindo
mortalmente os brios de Maria de Pravada e que, agora deitada e de bruços com
suas nádegas absolutamente, empinadas na cama, deu ao Bartolo Adriano uma boa
razão para acabar com todas aquelas bobas picuinhas.
Ela, no entanto, ao notar as intenções dele levantou-se aos
berros dizendo:
-Vamos coisa nenhuma,sai daqui seu inútil, nunca mais vai botar a mão em mim,
nunca mais, ouviu?
Bartolo Adriano, não só ouviu como desabou em prostração
completa e num discurso tipo último adeus propôs a amada encrenquinha um pacto:
-É o fim disto tudo meu amor. Vamos nos trancar no
banheiro, inalar o gás e morrermos abraçadinhos...
-Hipócrita, está falando isso para as paredes, nojento! Esqueceu que o chuveiro é elétrico?