Não tenho o menor pudor de arregaçar meu tecido sentido sentimental e debruçar, mesmo sem engolir o choro, na vida que ontem já passou.
Já passou? Aí é que está a maravilhosa presença da surpresa.
Vamos ser então saudosistas e começar pela palavra rendez-vous?
Prisca era, frequentávamos os rendez-vous. Deleites apenas para os homens de classe média.
Eram caros! Mas valia pelo imenso prazer do antes, durante e depois. Mulheres lindas com seus vestidos longos que deixavam suas coxas escancaradamente desnudadas, pernas cruzadas cuidadosamente e exatamente para essa finalidade. O odor era daquele perfume Rastro de Rastro além do imbatível Toque de Amor que combinavam as fragrâncias da década de 60 e derramavam-se pelos corpos daquelas que eram chamadas de prostitutas. Amadas prostitutas que esperavam pelos homens com mais ou menos espinhas e encharcados dos perfumes Bond Street ou Lancaster .
Bem o odor no ar era esse!
Mas, tinha também e sempre nas vitrolas aqueles boleros eternos - eternos hoje - e as luzes eram vermelhas, invariavelmente vermelhas que emolduravam aqueles lugares onde você pagava e nunca se queixava aos PROCON da vida;
Afinal profissionais sabem e além de saberem nos ensinavam.
Homens que frequentaram rendez-vous tiveram escola de sexo e com prostitutas não tinham tempo de mostrar nada, pois, elas dominavam de forma completa a situação.
Hoje em dia seriam chamadas de expertise, mas ontem apenas, donas de todas as formas de prazeres.
Bem que eu gostaria de terminar essas lembranças, mas fico por aqui pois, o coração acelerou e os olhos lacrimejam demais.
Desculpem!