JÁ OUVIRAM UMA COISA DESTA?


Estava na fila do teatro - êta povo para gostar de fila, concorda? - e na minha frente duas senhoras chamaram minha atenção, pois, “conversavam” de uma maneira muito atípica e vou lhes ser muito sincero, de uma forma como eu nunca tinha visto.
Já vi muita coisa em termos de não- diálogos e não- conversas mundo afora, inclusive um casal que sentou a meu lado num restaurante e o companheiro daquela mulher, desde o momento que ambos sentaram até quando eu me retirei, eles em nenhum momento deixaram de falar no celular e ela, um pouco mais “educada” falava e desligava, falava e desligava.
Mas ele, nem respirava!
Inclusive, enquanto comiam.
Uma tristeza, verdadeira morte do diálogo humano.
Agora imaginem o quanto de farofa, restos não engolidos de carne, pedaços perdidos de arroz, quiabo e quantas gotas de saliva e tipos outros de bebidas diferenciadas, não ficavam coladas na tela daqueles celulares.
Em nenhum momento falaram um com o outro até a hora que saí dali.
Mas o que vi e ouvi na fila para compra do ingresso de um teatro foi isso:
-Vecu sapnqurvcfsse rsrsrsrfiladrnda muie jurinbe que pnsioueu penirsrsrsrsrsntersei que vc fosse filha da eanuela de costaVecusapnqurvcfsse .Voersckkkê, Nãoioelermesmoamekkkkkkfalentensem dideufi aoou maretisseolu nsentikkkkkkkdores namseoraamescaloiuorado. Ersdea sntró mdrsrsrsebtroais uodom heesomjhem podisprsrsrsrsrsroinstennível. Nmaiterão miera naramais seutru nãokkkkkkpneomeimoradorsrsrsrs.


                                                                  
Não conseguiram entender?
Pois é, muito menos eu.
Afinal as duas falavam rigorosamente ao mesmo tempo e quase sem respirar, como se fosse uma competição de frases seguidas e ditas umas depois das outras por ambas numa tentativa bizarra, como eu jamais havia pensado que duas pessoas pudessem não deixar e em nenhum momento a outra falar, e  ambas sendo atropelada uma pela outra e a outra, por uma.
E ainda... vice-versa!