CAPÍTULO 8
1(um) apêndice, absolutamente supurado desta imortal
obra cujo conteúdo é sobre a grande revolução no eterno país do futuro:HÁDESER.
1(um apêndice) - lnformatização de Hádeser.
A maior revolução pela qual passou
aquele país situado nos calcanhares do contra‑forte de Aquiles, a noroeste de
Sunda e sudoeste do arquipélago dos boiboiolão (mistura de touro boiola com
vaca sapatão), foi sem dúvida nenhuma o advento da máquina de fazer corno: o
computador. Era, também, denominado pelos mais excêntricos de “personal
computer”, vulgarmente chamado pelos iniciados em informática de: PC.
Desde cedo os puristas da língua
hadeseriana aprenderam que esta nova ciência emergente era designada por uma
palavra que jamais deveria ser separada em silabas, principalmente, naqueles
exercícios imbecis aos quais as criancinhas eram submetidas nas escola, pois,
poderia gerar um certo mal estar. Aliás segundo os puristas da língua
Hadeseriana, outra palavra indesejável entre os gramáticos da época era esta:
“submetida”, explicavam os doutos escribas hadeserianos que “submetida” só
deveria ser aplicada às mulheres cujos homens que com elas dormiam não davam
conta da sua satisfação matrimonio – sexual. De qualquer maneira sempre
apareceriam em alguns periódicos jornalísticos, as indesejáveis e proibidas
separações silábicas em alguns textos menos sóbrios e que redundavam nesta
excrescência gramatical, como por exemplo: com – puta – dor. Destacamos um
trecho a seguir de emérito membro da Academia Hadeseriana de Letras, Prof.
Arregaça Pupilas, a seguinte e lapidar análise: “Mesmo com meretrizes em
profundo estado de sofrimento não lhe deve ser atribuída o fato de estar com- puta- dor. Costumo
sempre dizer ‑ finaliza o Prof:” existe muita confusão em certas áreas da cultura e ciências humanas, por exemplo: uma grande diferença entre erotismo e
tara, resume-se no fato de que, quando você usa uma pena de galinha para excitar‑se é uma prática
erótica. No entanto, quando você enraba a galinha, pode estar certo de que isto
é uma tara”.
Análise gramatical à parte, a grande verdade é que a informática
era a maior coqueluche da nação depois de bunda, futebol, carnaval e corrupção.
Em cada lar, poderia faltar pai, mãe, geladeira, estas coisas de menor
expressão, porém, um computador era sagrado.
Homens jovens e mulheres velhas e vice‑versa,
assim como meninos imbecilizados pela própria natureza do menino imbecil, e
meninas princesas pela própria natureza da menina princesa, viam no computador
o céu, a terra e o mar. Eram capazes de ficar horas e horas em frente ao
referido jogando aqueles joguinhos de uma forma interminável. E se, era bom,
para o menininhos e menininhas que paravam de encher o saco da vizinhança com
aquele som estridente que eles chamavam de “som pauleira”, por outro era um
verdadeiro horror para as mulheres que ainda se contentavam com um único membro
provedor para os seus mais legítimos e inadiáveis desejos e satisfações sexuais.
E neste particular o processo de informatização de hádeser provocou um intenso
e inesperado surgimento, atípica para a machista geração daquela época: a
proliferação descontrolada de cornos! Bem, talvez por isso mesmo, “ou por uma pequena distorção do processo de
aquisição do conhecimento informacional e plural, do contexto semi‑híbrido, ou
mistura de ciência com exageros à parte”, como diria o maior analista de
informática de hádeser, Dr. Prof. Myravideo Download da Silva, emérito e
consagrado titular da Cadeira de Palha, da Universidade de Assuntos
Informatizados ‑ UAI.
Aliais a maior veleidade daquele emérito era o de fazer
imensos discursos sem falar absolutamente nada. A tese deste preclaro
intelectual de cor negra, sempre muito elegante, era muito simples e objetiva,
pois se baseava no processo da “compulsividade
de atitudes continuadas”. Na realidade, esta era uma síndrome que acometia
o computófilo e que se assemelhava à doença daqueles compulsivos que comiam
amendoim ou bombom: impossível comer só um!
O computador exercia urna espécie de
clima alienante da realidade “real”, falando, de uma forma bem realística!
O individuo entregava‑se ao computador
e esquecia das contas, do sexo, das dívidas e do sexo, do sexo e das contas, e
das dívidas das contas e do sexo. Ora bolas, afinal de contas ninguém aguenta
tanta dívida! E ali ficava em estado letárgico por muitas semanas. Quem não
gostava de tomar banho, não tomava. Quem não gostava de trabalhar, não
trabalhava. Quem não gostava de sexo, não fazia. Daí o grande número de cornos,
pois as mulheres esperavam uma semana, duas, seis meses. quatro anos... Ai, já
era! Os teclados destas magníficas máquinas em alguns lares eram verdadeiras
lanchonetes, pois entre uma tecla e outra você poderia encontrar facilmente
restos de maionese, pedaços substanciais de salaminho, películas de azeitonas,
partes robustas de alimentos caídos e grudados,nele. Em casos extremos,mais frequentes até células de espermatozoides liofilizadas.
Em rápidas palavras era mais ou menos
assim, que funcionava a coisa. Ou melhor: era assim que a coisa se lambuzava.
Uma das verdadeiras loucuras do hábito
diário de lidar com o computador era que o Hadeseriano podia navegar pelas
Web`s da vida e, enquanto uns emporcalhavam os teclados com tanta comida
outros, esqueciam até mesmo de comer. Consta da literatura especializada da
época e comprovada pelo Dr. Prof Myravideo Sansung, primo irmão do Prof.
Myravideo Download da Silva, que determinado cidadão ficou quatro anos, seis
meses e quinze dias sem comer, morrendo, após esse período. Segundo o laudo dos
médicos trapalhões do Hospital de Base de Brasíliandia, a “causa mortis” declarada
foi: caxumba! Este contraditório laudo foi assinado pelo Dr. Prof. Tirocarnegão
Comdente e de origem italiana, que por nunca
ter conseguido fazer uma massa de pizza ‑ que sua avó teimava em ensinar‑lhe ‑
foi deportado para Hádeser tornando‑se um médico neurologista e cirurgião e especialista no
manuseio de massa... encefálica!
O certo é que o surgimento da
informática alavancou um excepcional período de grande desenvolvimento para
aquele país, pois as pessoas que antes passavam fome agora poderiam comer sites
com batatas fritas e ou hamburgers de bites à vontade, acabando‑se desta forma
criativa com aquele horroroso flagelo de miserabilidade protéica que assolava a
região de hádeser setentrional ou meridional, do oeste. Não me lembro bem. Alguns preferiam achar que era um exagero aquela onda de fanatismo
computadorizado no país, mas eram logo seduzidos, pelo pai e avô da máquina
infernal: o Sr. Bull Geytes, dono da única fábrica de calcinhas ‑ desculpem a
nossa falha de digitação ‑ de software do mundo até então conhecido. Era a
maior riqueza do planeta.Segundo relatos da famosa antropóloga Dulce Charmoso, o
trilhardário Bull Geytes morreu defecando no seu castelo de férias em New Éguas
Village, próximo de Cascaduraland City, aos 32 anos. Muito novo! Consta que
estava lendo o seu próprio livro intitulado "Como conquistar a
imortalidade", publicada pela Editora Siliconvalley.
Conta‑se que em vida o sr.Bul Geytes
gostava muito de fazer caridade e seu mais notável gesto de grandeza e
desprendimento ‑ enquanto a maior fortuna reconhecida da época ‑ foi doar dois
computadores para cento e cinqüenta e seis escolas de áreas carentes da
periferia da cidade São Paolo, qual seja Cubaton, a cidade fuligem. Seus alunos
podiam vê‑lo, mas somente exposto em cima da mesa da diretora, de seis em seis meses. Um ato
de extrema generosidade, que mereceu do Sr.Bucha, presidente dos Estados Coesos
o Premio Hamburgão. afirmando que “são atitudes como estas, singelas, sutis,
práticas, carinhosas, pedagógicas e criativas que contribuirão de exemplo para que as
crianças pobres do futuro saibam que a alimentação e informatização é igual à porta estreita do Bank of
América. Pouquíssimos tem acesso"
CONTINUA.