NELSON RODRIGUES : UM CRONISTA EXCEPCIONAL E UM DRAMATURGO ÚNICO!


Nelson Rodrigues nasceu em Recife no ano de 1912. Mudou-se em 1916 para a cidade do Rio de Janeiro, aqui morrendo em 1980.

Impossível somente, neste espaço retratarmos a obra deste carioca por adoção, que inspirou várias gerações.Aqui, resumidamente daremos uma pincelada deste gênio do jornalismo.
O modernismo nos trouxe Nelson Rodrigues e seu interesse maior está em mostrar a classe média suburbana carioca, que esteve tão presente em toda a sua vida de jornalista e de homem comum que convivia de perto com a realidade crua ali presente.
Suas peças são uma verdadeira denúncia em relação à hipocrisia e a falsidade que estavam por trás das belezas dessa classe média. Seu foco principal é sempre o sexo reprimido e deformado por uma gama de costumes morais, sociais e religiosos, que fazem com que seus personagens, tipos criados a partir da realidade das grandes cidades, se tornem alienados ou conturbados a ponto de tornar seus desejos ou fobias em verdadeiras obsessões que levam a suicídios, adultérios ou incestos, e, é claro, muitas vezes à neurose à loucura.
É o caos da cidade grande agindo juntamente com os conflitos psicológicos dentro do homem moderno, vítima de suas próprias, ações, leis e preconceitos morais. A crueza e a obscenidade estão sempre presentes para dar ao leitor ou à platéia a verdadeira e honesta dimensão da mente humana.
Escreveu dezenas de peças teatrais, livros e crônicas diárias em jornais aqui destacaremos, apenas algumas da suas frases celebres e que ela sirvam de motivação para todos pesquisarem este excepcional homem das artes.Leiam com isenção, pois ele notabilizou-se por querer despertar polêmica. Era odiado ou amado, no seu tempo.
Hoje, consagrado, por todos.
Eis algumas de suas frases ontológicas:


- Nem toda mulher gosta de apanhar. Só as normais

-Amor entre marido e mulher é uma grossa bandalheira. É degradante que um homem deseje a mãe dos seus próprios filhos.
- As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado


- Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.

-Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante.

- Perfeição é coisa de menininha tocadora de piano

-A companhia de um paulista é a pior forma de solidão.

-Até 1919, a mulher que ia ao ginecologista sentia-se, ela própria, uma adúltera.

-O marido não deve ser o último, a saber. O marido não deve saber nunca.

- Toda mulher bonita é um pouco a namorada lésbica de si mesma.

-Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar de batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um são Francisco de Assis, com a luva de borracha e um passarinho em cada ombro.

-Os magros só deviam amar vestidos, e nunca no claro.

-É mil vezes melhor ter uma filha puta, do que um filho puto.

Aos dezoito anos, o homem não sabe nem como se diz bom-dia a uma mulher. O homem devia nascer com trinta anos feitos.

-O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.

-Morder é tara? Não, tara é não morder!

-Todo tímido é candidato a um crime sexual

-Amar é ser fiel a quem nos trai

-No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.

-Qualquer menino parece, hoje, um experimentado e perverso anão de 47 anos.

-Não damos importância ao beijo na boca. E, no entanto, o verdadeiro defloramento é o primeiro beijo na boca.

-Toda unanimidade é burra.

-O ginecologista é o adultério da mulher fiel.

-Todo canalha é magro.

-Não há mulher bonita feliz.

-Só acredito em amor que chora.

-Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.

-Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico.