TOMARA - QUE - CAIA...MESMO!




Não sou designer de moda feminina e os decepcionaria se me perguntassem o nome de pelo menos um estilista.

Não saberia!

No entanto, apesar destas limitações confessas, desde criancinha sou um admirador extasiado desta obra completa que é a relação mulher e vestimenta.

E sem dúvida, também, apaixonado por estes decotes tomara - que - caia que me deixam tão feliz e sempre mostram que um homem pode viver a intensidade da vida com coisas simples, mas recheados de conteúdos admiráveis.

Se é que me fiz entender!

A causa desta paixão arrebatadora? É porque imagino que eles sempre irão cair mesmo.


Minhas fantasias!

Então, fico na torcida para que isto aconteça e , confesso que se dependesse de mim estas ocorrências seriam mais freqüentes que explosões de caixas eletrônicos dos bancos nesta era de corrida ao dinheiro alheio, no entanto, o cuidado apurado das mulheres me frustra, definitivamente.

E por mais contraditório que possa parecer, esta é a parte mais sensual e bonita da fantasia que o tomara - que - caia, desperta em mim.


Este cuidado!

Não é propriamente dito a exposição daquele colo , em geral muito bonito que este tipo de decote deixa parecer nas mulheres e sim, o hábito e a apurada técnica que elas desenvolveram, com as mãos, uma em cada ponto extremo do decote ,na proximidade das axilas, e ficarem puxando para cima e continuadamente, sempre que o nível das minhas expectativas está quase se completando!

Noto que a mulher sente qual o ponto exato de praticar esta nobre arte de sedução e sensualidade,pois logo que a parte mais explícita e do comecinho mais branquinho deste admirável conteúdo superior dos seios começam a implodir, elas puxam o decote para cima!

Este movimento me causa dor e frustração pior do que ser reprovado em concursos público. Apesar desta contradição é muito gratificante, pois se a dor existe de não ver um espetáculo merecido para quem , principalmente como eu sempre acredita nesta possibilidade, mas este sofrimento não é inevitável, pois, fica a certeza do inesperado descuido, de que uma próxima mulher, em um próximo momento, nos faça uma surpresa.

Esta tendência estatística de probabilidades que tal evento maravilhoso e surpreendente aconteça, têm no verão suas chances muito aumentadas e vão diminuindo à medida que, ele se despede e outras estações menos quentes forçam as mulheres a vestirem-se mais do que o esperado, o que sempre considero um ato de extrema crueldade, mas reconheço ser inevitável.

Andei procurando, em algumas poucas consultas a uma psicanalista amiga, e descobri quais as razões desta mania que prevalece em mim , quanto à torcida desta vontade incontida de que o decote tomara - que- caia, caia mesmo!

O máximo a que conseguimos chegar, foi a uma interpretação desta profissional que, arrancou de mim uma confissão jamais tornada pública, qual seja, o fato de que eu tenha mamado até os cinco anos de idade e só ter parado porque, meu pai e muito justamente, deu uma decisão na minha mãe definitiva, do tipo,ou ele,ou eu, sobreveio então em mim  esta quase obsessão.


No entanto, apesar das causas do desejo destas ocorrências nunca terem ficado muito bem esclarecidas, um fato marcou de forma indelével as minhas muitas sessões de análise com a aquela competente psicanalista, qual seja, o fato de que, depois da primeira vez, na qual expus minha problemática a ela, coincidentemente em todas as outras sessões que tivemos , ela jamais deixou de ir ao consultório com generosos vestidos com decote tomara- que- caia.

E a cada momento que ela o puxava para cima, esboçava um leve sorriso, como se estivesse, perguntando:

-É assim?

Desculpem , gosto muito destas minhas ingênuas fantasias.