ENSINANDO A NATUREZA, POIS ESTÁ TUDO ERRADO !


Quem disse que a natureza é sábia?

Conversa fiada.

A natureza paga mico um a trás do outro.

Ou os tsunamis, terremotos, maremotos, vendavais e vulcões nos enchendo de cinza e fumaça, é tudo culpa das garrafas de pet que jogamos nos rios, ou as partículas de carbono que estamos deixando escapulir?

Tudo bem, que a gente polui mesmo, mas a natureza também, não é perfeita.

E vou provar!

Vejam o seguinte: um homem – é gênero masculino que estou falando – até se tornar um idoso, pode fazer tudo que quiser.

Jogar futebol, vôlei, basquete, tênis, nadar na piscina, fazer a travessia do canal da Mancha, se jogar de pára-quedas sozinho ou em grupos.

Praticar esportes radicais, como o bungee Jumping amarrando os tornozelos a uma corda elástica, no qual o garotão despenca lá de cima.

Alpinismo, e mountain bike, carregando até a bicicleta nas costas todos enlameados, e cheios de adrenalina, transbordando seus níveis de dopamina, endorfina e serotonina, neurotransmissores que enchem as células do cérebro dos esportistas dando-lhes aqueles solavancos de atitudes e coragem.

E ainda podem comer feijoada no almoço e angu à baiana antes de dormir, encher a cara de bebida e no dia seguinte acordar solto e saltitante.

Vejam, o cara novo pode tudo!

Já depois dos setenta, você também pode tudo, mas tudo que esteja ligado ao sentir-se mais desconfortável, ou seja: sentir dor, abundantemente!

Dói tudo, pressão aumenta, diabetes pega de jeito, o idoso então vai para as ridículas e humilhantes aulinhas nos shoppings e lá é tratado como um débil mental, pois as “tias” falam com os idosos como se estivessem falando com criancinhas, tipo:

- “Vovôzinho estica, mais a perninha, neném, relaxa mais o corpinho, filhinho e respira assim com a titia: af, af,af ! Assim, bonitinho, glu, glu glu....”

Glu, glu, glu é o cassete, vamos ali para o vestiário que eu te enfio a minha...

Minha o quê?

Estão vendo?

Enfia, mais nada em lugar nenhum !Bem salvo raras exceções.

Então, aí é que começa o desenvolvimento da minha tese de que a natureza só paga mico.

E por que?

Exatamente pelo seguinte: como o jovem e até uma idade próxima aos setenta anos pode tudo, e os idosos depois de setenta, passam a não poder quase mais nada, a natureza deveria ter invertido totalmente, a ordem das coisas relacionadas ao vigor sexual.

Afinal, O único esporte radical que o idoso pratica é sexo em queda livre!


Então a idade ou marco zero, para que os homens começassem a ter tesão de touro no cio e instrumental fálico disponível em dureza e resistência sob qualquer temperatura e pressão seria, exatamente, após os setenta anos.

Ora, já que o idoso não pode fazer mais nenhuma pirueta, nada mais extravagante ou radical como os jovens, então a natureza deveria ter-lhe reservado a magia de poder começar a entrar no auge do seu apetite sexual, nesta septuagenária idade.


Aí sim, o idoso ia esquecer da dor, a osteoporose, a próstata e o dedão daquele urologista tarado enfiando a mão no pote de vaselina, da artrite reumatóide deformante, da catara, avc, e o escambau e partiria para cima destas gostosas, e que ele depois de uma certa idade realmente, só consegue admirar.

Sacanagem!

É nesta idade que o idoso deveria, já que acumulou uma grande experiência de vida e nem pensa em ejaculação precoce, poder levar, certamente uma mulher ao nirvana dos maiores prazeres sexuais imagináveis.

Servir integralmente e em tempo de sol ou chuva torrencial a elas, sem precisar pensar que amanhã tem que trabalhar.

Atender a estas coisinhas lindas e sequiosas por prazer, orgasmos múltiplos e preliminares intermináveis, com muita sapiência, maestria, e profundo conhecimento de causa.

Isto é lógico e tão elementar como chupar picolé.

E o que fez a natureza?

Concentrou tudo de bom para os momentos da vida do homem nos quais ele já pode tudo, e tirou do cara depois de uma certa idade, a possibilidade dele não poder fazer mais nada!

Errou a natureza!

O correto seria: sexo alucinante, desvairado e sábio para os idosos e esportes, muito esporte, inclusive os mais radicais possíveis, para a juventude que já tem muita coisa para fazer e, ainda quer fazer sexo?

Tudo errado!

A NOVA SENHA DA ANTIGA NOVA SENHA BANCÁRIA !




Fiquem tranqüilos.

O título não está errado, ninguém tomou litros do chá de Santo Daime, que deixa todo mundo doidão, enfim está tudo sob controle e eu explico.

Recebi uma carta do banco, dizendo em educadíssimo e gentil texto que agora eu teria uma nova senha informatizada que seria xoxotei e que quando eu quisesse acessar o Disk Bank, deveria digitar esta senha e, após, o primeiro acesso eu poderia mudá-la, por outra que fosse da minha preferência?

Já fiquei contrariado com isso: esses caras pensam o quê? Que eu sou tarado em senha? Que vivo sonhando em levar uma nova senha para cama todo dia? Afinal, o que eles quiseram dizer com aquela insinuação sobre uma nova senha que fosse da minha “preferência”?

Então, respeitando as regras do jogo, no primeiro acesso ao banco eu já coloquei a nova senha informatizada da minha “preferência”, e pensei numa que tivesse uma boca bem carnuda e gostosa, aqueles cabelinhos no braço fininhos tipo pêssego, uma nádega atrativa, aquele coxão invejável, uma voz meio rouca, quente e um rostinho de fazer qualquer homem, querer levá-la ao restaurante depois para o teatro e a seguir: cama!

Não necessariamente nesta ordem!

Para minha surpresa em todos os outros acessos que fiz ao tal Disk Bank, me informavam que havia erro na nova senha e me passaram para a atendente.

-Boa noite, senhor. Meu nome é Roberta...Com quem eu falo, por favor?

-Comigo - respondi em tom cruel, debochado e arrogante.

-Pois não, senhor Comigo, em que posso servi-lo?

- Bem querida, aí, varia muito! Desculpe , eu só penso besteiras. Sabe depende muito dos seus horários, das suas motivações...

-Não entendi senhor, Comigo.

-Então deixa pra lá – respondi, praticamente resmungando feito uma criança que não ganhou o doce que pediu.

-Qual é o seu problema, Comigo?

-Com você nenhum. É que o banco está dizendo que minha nova senha informatizada, não está correta.

-Quantas tentativas o Senhor já fez

-Três.

-E nada? – perguntou surpresa.

-É minha filha na idade que estou três tentativas e um belo sono, é tudo o que resta desta festa - e dei boas gargalhadas.

-Não entendi senhor.

-Deixa pra lá, foram só mais três tentativas, entre tantas.

-Ah, sim.- e deu um risinho de sacana.

Logo em seguida perguntou uma serie de dados para confirmar minha identidade tipo, se eu gostava de feijoada, se alguém na minha família era gay, se eu era adotado, e finalmente qual meu estado civil.

Bem depois de tudo respondido ela pediu um tempo para aprofundar mais a procura de uma solução.

Confesso que aquela palavra “aprofundar” me excitou. Uma besteira, né? Pois é, mas como quem se excitou fui eu desculpe, portanto,vocês não têm que dar palpite nenhum nestes meus fetiches vernaculares. Certas palavras me excitam. Pronto!

E Roberta retornou:

-Não encontrei nada.

Logo em seguida retruquei:

-É porque está muito frio, sabe como é, encolhe mesmo, entendeu? No calor os corpos cavernosos, dilatam com mais facilidade.

- Cavernosos? Como assim? Não entendi senhor.

E sempre que Roberta não "entendia" eu pensava que era uma provocação sensual, um jogo de sedução, e ficava mais envolvido, pois a real ingenuidade feminina, me coloca a beira da loucura.

-Posso fazer um negócio para o senhor? perguntou Roberta com voz de locutora de aeroporto.

Antes de responder fiquei pensando naquela atendentizinha ingênua, fazendo coisas gostosas comigo, de shortinho jeans curtíssimo, com o nome do banco escrito numa camiseta branca fininha toda molhadinha e deixando transparecer aqueles dois seios – e pena que não fossem mais - absolutamente acesos, olhando cada um para um lado.

E assim fiquei, viajando...

-Posso?- indagou Roberta demonstrando uma certa ansiedade.

-Ah, sim, pode!

-Eu vou fazer o seguinte: vou lhe dar uma nova chance e deixar que o senhor digite uma nova senha, em substituição àquela antiga nova senha bancária que o senhor tinha, posso?

-Roberta, você é casada?

-Casada senhor. Retornei a muito tempo da minha lua mel! – disse como se ainda estivesse lambendo os beiços e rindo delicadamente, com um certo ar nostálgico de “quero mais”.

-Então, eu deixo, mas vamos fazer uma troca, Roberta?

-Que troca senhor?

Já com a respiração acelerada, as narinas abertas, o rosto queimando e a ponta das orelhas em brasa, disse quase em voz de súplica, imaginando o melhor.

- Roberta, depois você deixa eu também ter a chance de uma nova lua de mel com você, em substituição àquela antiga nova e única lua de mel que você, já faz muito tempo, teve?

-Que é isso senhor, Comigo?

-É, com você mesmo sua gostosa! Adorei sua ingenuidade, sua voz trêmula de ansiedade e as insinuações provocativas escondidas nestas suas propostas de novas chances.Pensa que não estou notando seu comportamento de mulher pecado, e sedenta por um homem que a faça esquecer completamente a sua primeira lua de mel? Então, posso continuar fazendo novas tentativas?

-Ah, o senhor é tão engraçado...Tentativa, pode! – disse dando boas risadas lá do outro lado.

É isto. Além da nova senha, ganhei uma nova amiga atendente.

E como atende, pessoal.

Nossa! Coisa de louco!

DEU NO JORNAL : EM BUSCA DO CORPO PERDIDO.



Afinal o que é uma dieta, qual a melhor, e em quanto tempo as pessoas vão perder aqueles cinco, vinte ou trinta quilos dos cento e dez que compõem sua indesejável massa corpórea atual e robusta?
Infelizmente, estas dúvidas cruéis, no entanto só aumentam a ansiedade do gordo, e estas ansiedades e muitas interrogações induzem a ingestão compulsiva de quilos e mais quilos de comida gordurosa em excesso e de má qualidade.

Um dos sintomas mais clássicos da ansiedade é quando você já vai apertando a válvula do sanitário, dando a descarga, ainda no meio de uma salutar urinada. O seu corpo perde sintonia e a parte cima não acompanha a de baixo.


O vilão já desmascarado deste drama alimentar, são os sanduíches de múltiplos andares e impossíveis de serem abocanhados, até mesmo pelos mais bem treinados e flexíveis e enormes maxilares.
São os soberbos e monumentais hamburgers, distribuídos entre várias partes de pão, generosamente, encharcados de molhos ácidos, picantes e maioneses multicoloridas que, até insetos os evitam.
Duvido que você já tenha visto uma mosca, numa destas lojas de fast - food. Sabe a razão? Mosca não tem instinto suicida!

O valor calórico destes alimentos é tão grande, e só comparável àquela língua de fogo que, os grandes foguetes espaciais soltam ao partir rumo ao espaço.
Seus nomes comerciais já sugerem a intensidade das suas conseqüências: big, duplo big, tri duplo big, avassalador,quarteirão, avenidão e torre de babel, entre outros.
Como desgraça pouca é bobagem, estes edifícios comestíAdicionar imagemveis são acompanhados de muita batata frita salgada, encharcadas de óleo para serem empurradas goela à dentro, e estas bocas nervosas precisam beber grandes quantidades de refrigerantes borbulhantes de gás carbônico.
Dizem que, as carnes compactadas destes hamburgers mortais são oriundas de animais ou aves que durantes suas curtas vidas terrenas tomam hormônios a granel, para crescerem rapidamente, e engordar em regime de absoluto confinamento, para não perderem nenhuma gordurinha acumulada. Barbaridade!
A gula é um pecado condenado por, praticamente todas as filosofias e religiões.
À propósito o que achariam os católicos destas mazelas degustativas? Certamente classificariam como tentações demoníacas e lamentariam, por outro lado que, uma simplória, natural e inocente maçã tivesse causado tantos problemas a Adão e Eva, comparando-se a estas tragédias alimentares contemporâneas. Maçã?

Já os espíritas classificariam estas viagens à maionese como sendo um verdadeiro carma. E os orientais? Os chacras - afirmariam - ficam tão ensebados e escorregadios que não conseguem equilíbrio nem para eles mesmos, quanto mais para seus donos.
E afinal, após viver muitos anos degustando estas porcarias, o incauto consumidor, sempre vive jurando que pretende libertar-se dos excessos corpóreos.

Mas será que este flagelo alimentar não serve para ninguém? Servem sim. Principalmente, para aqueles que acenam com milagrosas soluções, como os médicos nutricionistas, produtos dietéticos e laboratórios farmacêuticos.


Para estes a alimentação fast - food é a salvação da lavoura para os seus orçamentos, pois, cada vez mais gordos, batem as suas portas. Alguns nem passam na porta!
Médicos cirurgiões, também estão gostando, pois aspiram toneladas de gorduras de barrigas, culotes, e regiões glúteas. E são mais exploradas do que foi o saudoso Pau-Brasil, nestas terras descobertas por Cabral, mas o que sobrou agora está sob a carinhosa guarda e proteção da nossa brava brasileira.

Os gordos, ou os que assim se sentem, tomam, em geral, dezenas de comprimidos para perder a fome, acompanhados de outros tantos, para se manterem de pé, andando. Enfim, vivos!

Pela manhã a indústria dietética garante que a clientela só deverá uma cenoura e um pequeno galho de arruda. Nada mais horroroso!

Para o almoço a indústria milionária, prepara uma surpresa. Sopa de letrinhas, ou seja fique ocupada no computador.

No jantar, o incauto glutão e arrependido comedor de fast - food, são sugestionados pelo grande irmão da industria dos milagres a ingerir cápsulas de ar comprimido que ao chegarem no estômago explodem, derrotando literalmente, a fome.

A bula recomenda, no entanto, que não se durma acompanhado, e nem pare em posto de gasolina para abastecer, porque caso haja qualquer escapamento excessivo de gás, os efeitos seriam imprevisíveis.

Bem, vou ficar por aqui, pois me deu uma fome incrível e, vou correndo destruir um destes imensos sanduíches. Mas só hoje.

Palavra !!!

AFINAL, O QUE TEM POR TRÁS DISTO?



Saindo de uma loja de roupa no centro da cidade, esbarrei com uma mulher muito bonita, loira, traços agudos e marcantes no rosto.

Destas mulheres que parecem terem sido talhadas pela capacidade, vigor estético e único de um mestre escultor, chamado Aleijadinho, e muito diferenciada destas bonequinhas que se parecem com a Barbie, todas iguaizinhas e pasteurizadas.


Uma mesmice!

Tipo de mulher que inspira algo mais do que tomar um cafezinho ou marcar um almoço para a próxima semana, levar flores ou chocolates à noite.

Desculpei-me pelo esbarrão ela sorriu e eu senti aquela sensação de calor na ponta das orelhas, o rosto esquentando e todo o resto iniciando um inevitável processo de endurecimento, inapropriado.

Afinal, sentar onde?

Homens correm estes riscos. Às vezes ou sentam ou têm que colocar qualquer coisa na frente, bem ali, onde mora o nosso amigo de todas as horas.
Com aquele sorriso escancarado para mim, motivei-me a perguntar:

-Trabalha em quê?

-Analista de mercado financeiro, mas já estou meio entediada e estressada com tanto números, riscos, perdas e ganhos - respondeu com cara de cinderela ,já esperando a carruagem virar abóbora.

Então, vendo aquela avenida de insatisfação aberta na minha frente, ousei fechar o sinal das preocupações dela e disparei:

-Que trabalhar comigo?
Tenho um escritório de consultoria aqui pertinho, e preciso de uma analista.Mas o trabalho é tranqüilo – olhando inconveniente para aquela separação entre um seio e outro, que provoca um sulco mais profundo no colo da mulher.

Nossa como eu gosto, muito, mas muito mesmo, disto tudo!

Então, ela parou de rir e falou como executiva:

-Mas, o que existe por trás disso?

Então, eu absolutamente, movido pelo mais fulminante reflexo condicionado repeti:

- O que há por trás disso?

Uma indagação pode se tornar uma afirmação óbvia.

Que coisa interessante e instigante! Com certeza daria uma bela obra literária.
E enquanto falava só reparei, depois, que também instintivamente, me afastei um pouco dela e olhei acintosamente para aquelas nádegas, que marcavam de forma mágica, saliente e sensualíssima o seu vestido, de um tecido leve, fino e preto.

E meio confuso e sem maiores conteúdos lógicos para continuar aquela explicação sobre o tal emprego, repeti, como um cachorro querendo morder seu próprio rabo:

-Por trás disso?


Lógico que ela percebendo, voltou a sorrir e desfechou aquela frase que é mais comum que bala pedida:

-Vocês homens são todos iguais...

E seguramente, por mais de duas horas com ela, sentado num barzinho super aconchegante, tentava prova-la que eu era diferente, que eu era o “cara”, e ela só repetia num tom ironicamente, adorável:

-Sim, eu acredito, sim, sim...

Este é o grande “barato” da mulher, pois ela sabe, que ele sabe, que ela está sendo gentilmente crédula, para não estragar o enredo daquele samba que já ouviu antes, tantas vezes e joga o jogo para não prejudicar o futuro da uma profícua relação.


Agora eu pergunto: Estas mulheres não são maravilhosas, generosas , compreensivas, colaboradoras, coadjuvantes, parceiras, amigas...e verdadeiras mães?





E entre uma bebidinha e outra ela se levantava e ia ao toalete.

Então, ao vê-la de costas ficava pensando comigo mesmo, que ela só podia estar me gozando quando perguntou:

-O que tem por trás disto?

Porque, afinal de contas, só tinha .

Era só colocar um pouco de fantasia, imaginação e pronto. Eu via tudo, como era!