QUEM DISSE QUE VOCÊ É NORMAL?






Vivemos numa sociedade do terceiro milênio, globalizada, cuja velocidade da informação é muito maior do que nossa capacidade de decodificá-las.

O famoso sociólogo Alvin Toffler, disse que esta avalanche de conhecimentos, iria determinar: “A morte da permanência”.

Tudo nestes novos tempos é rápido, efêmero e parecendo que a existência humana não anda mais com os pés no chão e sim, levitando no imponderável, na incerteza, no transitório e de forma tão virtual, como lidar diuturnamente, com um computador.

Outro dia um amigo meu disse que havia se divorciado, mas também, já estava casado a mais de um ano e meio e estava tudo muito chato.

Não entendi: Um ano é meio?

Então comecei a ter certeza de que as pessoas já não eram mais tão normais assim, pois garotas beijam trezentos e sessenta bocas no baile rave – sem calcinha para facilitar a abordagem - meninos começam a tomar viagra aos vinte e três anos, para não falhar. Mas como não falhar? Aquilo é isqueiro?

Um garoto de vinte e três anos, com seus hormônios explodindo e a libido abrindo o zíper da sua calça, pedindo ação, tem que dar cinco numa noite e duas antes de sair de casa.

Que absurdo!

Ficou todo mundo maluco? Que se passa?

Então debrucei-me – não, nunca gosto de debruçar, pois jamais se sabe o que vem pela retaguarda – e comecei a pesquisar realmente, o que é ser normal, até para saber se não era eu, o anormal.

As ciências especializadas das áreas sociais e psicológicas admitem alguns critérios para a aferição da normalidade, e como seria impossível analisá-los aqui integralmente, dou alguns exemplos, como o:
Critério cultural.

Tudo aquilo que é aceito numa determinada cultura seria normal. È o caso dos esquimós que oferecem ao visitante, a sua mulher para dormirem juntos a primeira noite.

Para quem é solteiro, a idéia é ótima, pois na verdade seria uma via de mão única.

Agora imagine, se este aculturado esquimó viesse trabalhar aqui no Rio de Janeiro e o pessoal descobrisse das suas tradições.

Ia haver filas intermináveis à sua porta com gente levando flores e filé de baleia para a esposa deste incauto, diuturnamente. Pobre diabo!

E a vizinhança iria chamar a mulher de prostituta, ele de corno, enfim um desentendimento generalizado.

Agora, imaginem a cara de um corno. Que fria!

Mas, na realidade ele estaria seguindo, simplesmente, os hábitos e costumes adquiridos, da sua cultura.

A normalidade é também carimbada sempre que o uso das coisas forem utilizados:
Segundo a natureza para o qual foram criados.

Nossa! Aí também vai dar novamente, uma tremenda confusão. E nessa todo mundo vira psicopata, mesmo!

A natureza da boca é mastigar e ingerir alimento. Certo? Certo é o escambau.

Se você seguisse este critério ao pé da letra, adeus sexo oral, aqueles tão apreciados beijos de língua e todas as outras variações possíveis, sobre o tema.

E quem gosta de sexo anal, então pode tirar o cavalinho da chuva, pois segundo este critério de aferição de normalidade é um louco ensandecido de último grau.

Coisa mais sem graça e desmancha prazeres, não é?

Ah, pobres intelectuais! Não entendem nada dos melhores prazeres da vida.

E outra coisa: Cancelem imediatamente a parada gay!

Mas, teria hospício para esta multidão de anômalos?

E lá vem mais :Critério estatístico.

Este considera normal tudo que é freqüente, usual, e acontece rotineiramente, numa determinada sociedade.

Se acontece sempre é normal?

Quer dizer que bala-perdida, assalto a caixa eletrônico, estupro, incesto, seqüestro relâmpago, gravidez na mais tenra idade, drogas, enchente, fofoca, assédio sexual, injustiças, roubalheiras, traição de todas as formas, inclusive a dos cônjuges (verificar se esta palavra ainda consta do dicionário) e casamento do tipo ejaculação precoce, como acontecem sempre e com muita freqüência, é tudo absolutamente, normal.

Ainda bem, porque eu já estava ficando muitíssimo irritado, com estas condutas humanas, aparentemente controversas.

Porém, ledo engano, eu estou é vivendo numa sociedade normalíssima!

Imaginem!

EU QUERO UMA GORDA GOSTOSA !



Eu disse gorda, não cheinha, nem gordinha, gorda mesmo!

Destas gostosas mulheres que você tem que pedir para elas fazerem xixi, para ver de onde está saindo e você, então poder entrar, sem erro, na hora do rala-e-rola!

Chega deste massacre de mulheres sempre com as mesmas bocas, aqueles seios siliconados, lábios carnudos de injeção de gordura das nádegas e nádegas empinadas de silicone fabricado no consultório do cirurgião plástico.
Não ! Ditadura da falsa beleza, nunca mais!

Quero uma gorda que me amasse no sofá, tenha braços que possam soterrar minha cara, e seios que cubram metade do meu corpo, quente e enlouquecido por aquele amor imenso e sufocante.

Mulher que tenha “sustância”, força, vigor, robustez e massa crítica para ser apalpada, balançada, sacudida e agitada.

Todas estas delícias gordas deveriam já vir de fábrica com aquela tarja: Agite antes de usar!

E sem nenhum osso aparente, muito menos os da região pélvica, pois, assim, facilitarão o inevitável bate-estaca, com a garantia daqueles amortecedores naturais.
Como tudo isto, é maravilhoso!

Uma gorda gostosa que não fique um minuto sem comer chocolate, pão com pasta de amendoim, pizzas famílias no lanche, e aqueles cremosos sonhos de padaria.
Destas mulheres gordas com rostinho de bibelô, boquinha pequena, carinha de menina, mas que quando sobe, no pedestal na hora da brincadeirinha libidinosa, amassa até o intestino delgado do amado compamheiro.

E mexe e remexe quebrando tudo, derrubando a mesinha de cabeceira, elefantinho da sorte, estraçalhando abajur, rangendo a cama, os dentes e , entre um beijo na boca e outro, coloca vários bagos de jaca na boquinha, estraçalhando o relógio com aqueles pés irrequietos.
Mulher gorda, sem mistério, que dá a vida por um membro masculino. E quando encara aquilo de frente, ergue as mãos para o céu, mas baixando-as rapidamente, porque, existe muita coisa a fazer e principalmente, segurar aqui por baixo.
As gordas precisam ser descobertas. E vamos parar com estas paranóias de loiras, morenas e mulatas gostosas dentro dos padrões mais comumente, aceitos.

A nova mulher agora nem é mais a gordinha, é a gorda mesmo, cavalona, mulherona e estamos conversados!
São mulheres, maravilhosas na arte de fazer amor. Sem chiliques nem ataques de estrelismos, a gorda, cai em cima de você e te derruba da cama, para mostrar que para ela chão, ou cama, é tudo horizontal.

Se for apartamento só não a deixe ficar pulando, pois o vizinho de baixo, chamará o porteiro e, o porteiro, a polícia.

Gordas, antes tidas como mulheres menos apetitosas, agora assumem seu verdadeiro papel de excitantes mulheres, neste novo mundo de energia renovável!

E se é uma coisa que uma gorda tem de mais, é energia renovável, massa corpórea para dezenas de talhares, e uma simpatia que ninguém resiste. Quando o homem está quase “chegando lá” ela interrompe, com aquele sorriso de Miss Suéter e diz:

-Mô, antes de você se "aliviar" come este sanduichinho de ovo frito com mortadela! – E fala isto, olhando até meio vesga para aquele quitute inadiável!

Eu gosto muito destas gordas gostosas, adoráveis e suculentas.

Verdadeiros rodízios de prazer!

PROCURA-SE A VERDADE: MEU MARIDO É GAY?



Novos tempos, novos rumos a implacável máquina do desenvolvimento cientifico e tecnológico a todo vapor e o homem já querendo reproduzir em laboratório a instigante e desafiadora teoria do começo do mundo: o Big Bang.
Estamos na era da morte da permanência, pois tudo é efêmero, transitório, e a velocidade das informações são de enlouquecer.

Apesar disto, as mazelas humanas continuam, via de regra, as mesmas.

Querem um exemplo?

Numa exposição de artes, a um canto, conversavam duas mulheres, quando uma delas pergunta para outra:

- Sônia Mara, você acha que meu marido é gay?

-Que besteira Sônia Carolina - retruca Sandra Mara uma louraça com uma invejável área de seios naturais e disponíveis para audaciosos pousos suaves ou com solavancos, e um lugar que certamente, deveria dar para pintar várias obras de arte.

Uma delícia!

Sônia Carolina é destas mulheres um pouco complicadas, que estão sempre procurando alguma coisa, ou emagrecer 3 quilos, ou começar uma faculdade, ou terminar o casamento, aprender inglês, começar as aulas de Tai Chi Chuan, enfim...

Quem procura, acha!

-Há quanto tempo vocês já estão casados - Perguntou Sônia Mara.

-Quinze – respondeu, Sandra Carolina, de forma monossilábica.

-E ele não transa contigo? Vocês não têm vida sexual normal? Como é que não sabe, ainda, se seu marido é gay? –fica intrigada Sônia Mara

-É por aquilo que ele deixa de fazer - embaralhou, e continuou -
Ele não tem pegada, faz sexo como se estivesse jogando bocha, aquele jogo chato que as caras jogam as bolas grandes e tentam aproximá-la o mais possível uma da outra. Jogo de velho. Aqui pra nós uma merda de jogo!

-Realmente, que saco este jogo, atropela Sônia Mara.

-Imagine é o meu saco para fazer sexo com um cara destes.E sempre foi assim.Ele nunca me chamou “carinhosamente” de vadia, putinha e vaca, na cama e sente prazer como estivesse sentindo é frio. Porra! É terrível!

-Mas não xingá-la é um ato de elegância, não fazer estardalhaço é talvez excesso de educação – ponderou Sônia Mara.

Irritada Sandra Carolina, resolveu abrir o jogo:

-Homem na cama tem que é que partir pra cima como se fosse um prato de comida.
Cair de boca na realidade. Suar a camisa. Não dar chance nem da gente respirar.

-Pára Sandra Carolina, tá esquentando tudo! Pede Sandra Mara empurrando a saia para dentro das coxas.

-Ele é muito devagar. Eu já peguei meu marido fazendo sobrancelha com pinça, raspando a região pubiana para esculpir os pelos em forma de apache, fazendo depilação debaixo dos braços, nos peitos e nas pernas e usando umas das minhas lingerie preta, fazendo caras e bocas, em frente o espelho.

-Nossa então, será que ele é gay mesmo? – interroga em tom de revolta Sônia Mara.

-Eu sempre disse a ele que gostava de pêlos e ele só para me sacanear, agora está parecendo um frango de natal. Todo depilado, lisinho e brilhoso.
Não me beija na boca, porque diz que eu tenho herpes, só faz papai e mamãe, pois, segundo ele é a única coisa natural e civilizada entre um casal que se respeita. E eu quero é ser desrespeitada!
Não desce nem sobe, não me vira, nem se vira... Nem de ladinho. Que coisa mais sem graça!
Acaba vai correndo para o banheiro e toma um banho de mais de meia hora e não me deixa entrar. E quer saber? Já encontrei um belo e grosso consolador escondido nas coisas dele.

-Nossa, que perdição, pai me espanca!

- Desabafa Sônia Mara balançando aqueles maravilhosos peitaços, mas continuando a querer botar “panos quentes” naquela delicada situação e continua sua pregação:

-Nada disso prova que seu marido possa ser gay, Sandra Carolina.
Aquilo que você encontrou pode ser até de outra pessoa.
E têm homens muito metódicos mesmos, que fazem sexo como se estivessem empurrando um carrinho de recém-nascido dormindo e com todo cuidado.



Ou seja, sem sair da linha e são cheios de mania de limpeza e outras babaquices.Cada um é um – filosofou

-Então meu marido não é nenhum...Aliás, é sim, é um gay safado, enrustido, “menininha” É isto que aquele canalha é.

-Ele dá em cima da empregada? - perguntou Sônia Mara

-Empregado, com “O”, retrucou Sandra Carolina!
Meu marido, nunca quis empregada, ele diz que empregada menstrua e fica se coçando, não lava as mãos e depois vai fazer bolinho de bacalhau. E queria que o Gebão ...

-Gebão? Interrompeu Sônia Mara.

-Sim, Gebão é o apelido do empregado, pois, ele até queria que o Gebão dormisse lá em cara. Eu e que não permiti.
Outra coisa, ele não tem nenhum nome de mulher na agenda do celular.Lá para casa só telefona homem.Ele sempre diz que são amigos de trabalho.Uma vez ele retribuiu um beijo para um tal de Bráulio.
Não esqueço o dia em que fui dar-lhe um beijo na boca e ele estava com gosto de batom, até pensei que ele tivesse amante.À noite quando ele dormiu, fui cutucar nos bolsos do paletó dele e encontrei um batom de cor carmim.Morri de vergonha.No dia seguinte ele justificou que foi uma colega de escritório que tinha colocado e esqueceu. Ele é gay!

-Sandra Carolina, hoje em dia, isso é tão normal, minha filha !

Homens beijam outros homens na face, até na rua. Mandam beijos, enfim, isto atualmente, é comum.
Veja os metrossexuais. Pintam, os cabelos, as sobrancelhas, se depilam, usam roupas colantes, estão sempre muito perfumados alguns até fazem prótese para aumentar o bumbum - ponderou a amiga para ver se diminuía o estresse dela.


-Ah, pelo amor de Deus! Homem implantar silicone no bumbum é demais.Isto é coisa de fresco, mais muito fresco mesmo. Sou chegada mesmo é no pico da bandeira, e nem quero saber qual é a altura do monumento!

DEPRÊ.





A depressão não é o pior dos males humanos. É o último.

O que poderá vir depois? Urinar pelo nariz, ou tossir pelo ouvido?

O deprimido é antes de tudo um fiel ouvinte e leitor de todas as sessões de previsão meteorológica. Tempo bom significa:

-Merda... Vai dar praia!

Sol e calor levam o deprimido a pensar que ele não vai conseguir resistir àquilo.

Se for fim de semana, daqueles feriadões de quatro dias então, está armado a maior desgraça que um ser humano pode encarar.

Fica pensando e engendrando fórmulas mágicas para sair daquela terrível situação. Percorre na internet os estados nos quais estão previstas geadas, chuvas torrenciais, cataclismos meteorológicos.






Quando identifica, liga imediatamente, para a agência de viagem:

‑ Poltrona 10 Turismo, bom dia! Em que podemos servir? – Atende uma suave voz suave, feminina, programada para ser gentil e até escutar alguns impropérios se for preciso!

‑ Olha, você, tem passagem para Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul?‑ pergunta nosso deprê, louco para se livrar deste inferno de mar e sol, maracanã e futebol.

Do outro lado um silêncio maior do que usual.

-Dom Pedrito, Sr?

-É Dom Pedrito...

-O Sr. tem acompanhado o noticiário, e as previsões do tempo para aquela região? - pergunta timidamente a atendente.

-Sim, tenho...

-Sabe o que é? -interrompe a atendente - todos os nossos clientes cancelaram as viagens porque lá em Dom Pedrito, no momento, onde não tem neve pela barriga, tem água até a cabeça.

Só estamos conseguindo pousar de hidroavião da FAB e, mesmo assim para mandar mantimentos para os flagelados - esclarece com uma voz, absolutamente, constrangida a senhorita da agência Poltrona 10 Turismo.

- Sim, eu sei, estou acompanhando tudo. No entanto, aqui no Rio tem previsão de feriadão de quatro dias, com muito sol, mínima de 39 e máxima de 42 graus, muita praia, aquelas mulheres todas bronzeadíssimas e seminuas na areia. Algumas até com os peitos, generosamente, de fora.

Além disso, aquele monte de homens morenos e sarados, correndo pra lá e pra cá, verdadeiros atletas bronzeados. Os cachorros mergulhando sem a menor cerimônia na. água, todas as redes de vôlei ocupadas, o frescobol comendo à solta. Pelo amor de Deus, me arruma uma passagem para Dom Pedrito! ‑ implora, nosso desesperado melancólico e irritadiço deprê.

Realmente, para quem gosta da escuridão, a luz ofusca a visão.

O deprimido gosta do escuro, do cinza, do silêncio, de pizza no sofá, de semanas seguidas sem mudar nada na sua rotina.

Se pudesse só acordaria na hora de dormir.

Lê todos os jornais e não lê nenhum. Ouve todas as noticias possíveis e não escutou nada! Vê todos os canais de uma vez, transformando, o controle remoto do seu televisor num verdadeiro gatilho de metralhadora talibã.

Se você quiser agradar um destes deprê, jamais se lembre da data do seu aniversário. Deprimido não aniversaria. Morreu mais doze meses.


Esportes radicais do deprimido é buraco, dama e xadrez os quais joga contra ele mesmo. Adora palavras cruzadas, revistinhas de passatempos com aquele monte de caça palavras, descubra a palavra, complete aqui e ali, mas sua diversão preferida é jogar forca.

Enfim, um porre!


Eventualmente, toma banho e pelando, urina várias vezes durante aquele calorão debaixo do chuveiro e reclama sozinho daquele cheiro forte do sabonete.

Então, espirra. Espirra muito.

Quando está vendo televisão chora em qualquer tipo de programa, até em anúncios de venda de imóveis, vive abraçado com os cachorros e quando toca o telefone, atende nervoso:

‑ Porra, já disse a todos vocês que eu não estou em casa!

E do outro lado:

-Então, quem é que está falando?
-É o rádio, o rádio, entendeu?– Em seguida apaga o celular, definitivamente!