Existem mulheres e deusas. Esta era uma delas. Rosto redondo com as sobrancelhas naturais destas que nunca viram pinças. Lindas. Boca carnuda, nariz aquilino estilo Aleijadinho, seios não-reciclados, originais, tamanho pêra grande e estavam acesos. Curvatura de cintura perigosa para quem quisesse entrar correndo demais, pois seria uma derrapagem inevitável e um par de coxas exuberantes que terminavam nas canelas mais lindas e já esculpidas ela natureza vi.Aquilo era uma deusa!
Para ficar mais bonita, ainda, ela não tinha pelos e sim, penugens ralinhas e lourinhas nos braços.Sua pele parecia casca de pêssego.
Olhei-a. Ela não me olhou.Mas que absurdo!
Deixei meu celular cair aos seus pés.Quase pisou em cima.Quando foi mais a frente é que eu pude ver por trás.
Que nádegas!
No tranco, bati no seu ombro e perguntei:
-Conhece a rua da Carioca?
Ela não respondeu. Simplesmente apontou com um dedo enorme na direção; Aí menti.
-Eu não sou daqui.Sou mineiro.Conheço pouco o Rio de Janeiro.
Ela continuou calada e eu do lado dela.perguntei se ela era bailarina. Fingiu que não escutou.Insisti, na primeira pergunta.
-Tem certeza que a rua Carioca é pra lá?
Aí ela parou.E com aquelas enormes sobrancelhas franzidas disse:
-Por favor, me deixe em paz!
Senti que não estava agradando. Menti de novo:
-Você me desculpe, mas estou muito carente, perdi minha mãe semana passada.
Então, sem olhar para mim disse com absoluta formalidade:
-Pêsames
Forcei um tremer de lábios, como se estivesse querendo choramingar de emoção, mas parei com aquela palhaçada, pois ela continuava a não olhar para mim.
Menti de novo.
-Sabe você parece muito com a minha irmã?
-Ela é bonita? - reagiu, demonstrando que estava andando e, finalmente, viva.
Exagerei:
-Bonita? Minha irmã já foi miss Belo Horizonte, Rainha da Primavera, Miss Suéter, Rainha do Carnaval de Ouro Preto e Coxas de ouro de Poços de Caldas, não necessariamente, nesta ordem, mas já foi isto tudo.
Então ela parou e perguntou:
-Ela mora com você aqui no Rio?
-Mora.
-Moramos na Barra da Tijuca, eu e ela.
-Ela tem namorado?
-Não, minha irmã é muito esquisita -continuei mentindo descaradamente.
-Esquisita como?
-Ela só têm amigas, é uma mulherada danada, atrás dela. Nunca vi minha irmã com um namorado.
Ela segurou-me pelo braço e perguntou, apertando-me:
-E você acha isto estranho?
-É meio estranho, acho que minha irmã gosta é de mulher...
Ela apertou mais o meu braço e sacudiu um pouco aquele corpão maravilhoso, perguntando taxativamente:
-Você acha que sua irmã é lésbica?
-Acho que ela gosta de mulher. Mais é passiva.
-Passiva ou ativa?
-Eu nunca sei bem o que é passiva, e ativa...
-Ativa é quando é lésbica por opção, o negócio dela é mulher como se a mulher fosse um homem.
Passiva é quando gosta de lésbica e pode ser as duas coisas.E ainda gostar também de homens.
Que confusão na minha cabeça.Aquilo era igual, por exemplo, num jogo de futebol o jogador bater um córner, sair correndo para dentro da área e fazer o gol de cabeça.
-Olhei, bem dentro dos seios dela, ainda estavam acesos.O canalzinho
que separava um do outro era uma linha quase invisível. E os seios dela estavam empinados. Uma beleza! Fiz questão que ela visse que eu estava olhando, também acintosamente, para as marcas que as coxas dela deixavam no vestido de um tecido leve e branco.Segurei no seu braço.Ela imediatamente disse:
-Que mão quente! Homem com mão quente, geralmente é frio!
-Não é o meu caso - retruquei oferecendo-lhe um café com chantili, biscoito e o escambal.
Ela aceitou, acho que, mais pelo escambal.
Sentamos lá no fundo.
-Garçom, por favor, traga-me... E pedi tudo que tinha direito.
Passei as mãos nos cabelinhos do braço dela, no sentido contrario. Esta operação chama-se “pêlo ao contrário” Ou seja, deixei-os todos em pé.
Segurei na mão. Ela tirou. Dei-lhe uma coxeada.Ela não deixou.Tentei novamente, nada feito.
-Esta bom o café?
-Está-respondeu monossilabicamente.
Que mulher.Aquilo me levaria onde ela quisesse.Nossa que absurdo!Eu estava imaginando ela nua, de ladinho, fingindo que estava dormindo e eu muito acordado, encaixando-me por trás, sem fazer muita arruaça.De repente ela arregaça as narinas e pergunta:
-Como se chama sua irmã?
-Que irmã ?- A mentira tem pernas curtas...
-Minha irmã, ah, sim minha irmã a gostosona da família? É Lúcia Helena – consegui, consertar tudo a tempo.
-É mesmo este mulherão todo que você está falando?
-Minha irmã? Bem eu acho ela tão gostosa quanto você.
-Você me achou muito gostosa?
-Sinceramente, nem precisava tanto.
-E sua irmã é tão gostosa quanto eu?
-É
-Mas, vamos falar de você.
- Não vamos falar da sua irmã.Quero conhecê-la.
-Por favor, não diga...
-Sou!
Por dentro de mim parecia que estava caindo gelo seco.Queimava e me deixava gelado.Para não ter, nenhuma dúvida, da dúvida que estava tendo da dúvida que eu estava querendo duvidar, fiz questão de ouvir com todas as letras e perguntei:
-Você é lésbica?
-Sou!
-Então, peça à conta que eu já volto.
Esta foi minha última mentira. Nunca mais a vi.
5 comentários:
cara, a história é boa, mas essa foto é horripilante!!
e olha que esse nem é o bicho que mais me mete medo...rsrsrsrs..
Aff, que história bonita!!!
HUMMMMMMM!!
Pena que sua irmã não existe mesmo...
pena que sua irmã nao existe mesmo ²
historia mto legal...q pena q a nao pegou..rsrsrsrs
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