UM MACHO E SUAS MAZELAS!










A fama de que, a maioria dos homens seja pouco corajosa para as doenças e as enfrentam com muito mais dificuldade do que a mulher é absolutamente, verdadeira.
Alguns deles não querendo reconhecer esta verdade, até culpam as mulheres chamando-as de sadomasoquistas, dizem que mulher gosta de sofrer mesmo, enfim, isto na melhor das avaliações possíveis e publicáveis!

Por exemplo: Se ambos estão com enxaqueca, a mulher se queixa de forma quase telegráfica, procura uma medicação, e em geral continua fazendo seus trabalhos habituais. Vai levando.Se a dor é muito forte mesmo, descansa uns dez minutos, levanta e já vai a luta. O homem começa a ter ânsia de vômitos.

Entre um vômito e outro, diz que a cabeça vai explodir de tanta dor e com voz lamuriosa afirma que tem uma imensa bola de fogo pulsatil lá dentro arrebentando tudo e que vai enlouquecer.

Vomita novamente.

Bota a mão em cima do coração para ver se ele ainda continua batendo. Começa a questionar se não é uma doença muito mais grave e já admite a hipótese de um fulminante infarto agudíssimo do miorcádio!

Se estiver no trabalho, então o circo é completo, pede para ir para casa e quem dirigiria o seu carro,pois não consegue nem abrir o olho,mas fala isso de olho bem aberto,lógico.

Nestas ocasiões, no entanto, é o seu próprio chefe que também, é outro homem e frouxo, quem o apavora mais ainda, dizendo para ele que os seus olhos parecem estar amarelando, os lábios arroxeando e está ficando completamente, verde.

Aí o cara começa a ter incríveis alucinações, vendo imagens de coisas e animais verdes e monstruosos, visões dantescas de bichos medonhos e nos quais poderia estar se transformando.

As imagens mentais fantasiosas são muito fortes e ...desmaia!

Levado para o departamento médico exige comprimido ao invés de injeção e fica fazendo boquinha de choro para a enfermeira.
Antes do médico sequer examiná-lo,o cara agora diz que está com diarréia,vai ao banheiro muitas vezes e sempre quando volta diz para a resignada e gostosa enfermeira, que não está “saindo nada”.
E com muita indignação olha para a bunda dela, como se afinal você a dela, a responsável, e não a dele.

Ela tenta acalmá lo. Afinal aquele machão ali estendido, completamente descabelado na cama,suando em bicas, com o terno todo amassado, a gravata quase lhe enforcando, e só com um dos sapatos - pois, o outro ficou no banheiro - agora pede para urinar.

Até dá a entender que a enfermeira podia ajudá-lo de alguma forma, hipótese esta descartada, delicadamente pela profissional.

O que ele quer é colo, atenção, mimos,pois sua mãe é a grande culpada daquele macho ter estes explícitos ataques de frescuras, pois sendo filho único, mamou até os cinco anos e ela até hoje ainda, o chama de fofo.
Ele acha que vai morrer e ameaça vomitar novamente e a queixar-se de outros sintomas, que só ele percebe, como aquele carocinho no pescoço, uma vermelhidão na virilha e quem sabe - pensa ele nervosamente - não seriam sintomas de um possível e brusco aumento da sua próstata?

Pronto, tinha que colocar a próstata, no meio!

Atualmente, todas as ansiedades e fantasias dos medos dos homens terminam nesta maldita próstata.

Então, fica mais ansioso, chama o médico e entope o outro com perguntas tipo: qual é o dedo que o médico usa para fazer o toque retal, se demora muito e finalmente, sem deixar que o medico dê uma só palavra ele mesmo afirma:

- Dói pra cassete!
Em seguida começa a falar mal da mulher.

Não podia deixar passar em branco esta oportunidade para baixar o cassete na esposa, dizendo que tem muitos compromissos, vive sempre estressado, não está agüentando pagar tantas dívidas ,ela é uma mulher muito chata, marca em cima, ciumenta e já estando casado há 21 anos a vê “simplesmente “, como sua irmã.

Aí o médico, puxa uma cadeira e diz:

- Cara , você tem razão,eu também carrego a minha cruz! -
Para a gostosa da enfermeira aquilo foi a última gota.

Faz cara de nojo, desaprovação, revolta e num ato explícito de libertação daquele espetáculo de indesejável machismo , abandona o consultório levando consigo o que de melhor existia ali no recinto ou seja, aquela “preferência nacional” robusta e empinada que, na posologia certa, faz esquecer até as piores das enxaquecas, como o olhar obsceno daquele aflito doentinho comprovou, ao ver passar por ele, todo aquele arsenal medicamentoso, ameaçando inclusive ir atrás.

Ir atrás...com todo o duplo sentido necessário,por favor!

TOMARA - QUE - CAIA...MESMO!




Não sou designer de moda feminina e os decepcionaria se me perguntassem o nome de pelo menos um estilista.

Não saberia!

No entanto, apesar destas limitações confessas, desde criancinha sou um admirador extasiado desta obra completa que é a relação mulher e vestimenta.

E sem dúvida, também, apaixonado por estes decotes tomara - que - caia que me deixam tão feliz e sempre mostram que um homem pode viver a intensidade da vida com coisas simples, mas recheados de conteúdos admiráveis.

Se é que me fiz entender!

A causa desta paixão arrebatadora? É porque imagino que eles sempre irão cair mesmo.


Minhas fantasias!

Então, fico na torcida para que isto aconteça e , confesso que se dependesse de mim estas ocorrências seriam mais freqüentes que explosões de caixas eletrônicos dos bancos nesta era de corrida ao dinheiro alheio, no entanto, o cuidado apurado das mulheres me frustra, definitivamente.

E por mais contraditório que possa parecer, esta é a parte mais sensual e bonita da fantasia que o tomara - que - caia, desperta em mim.


Este cuidado!

Não é propriamente dito a exposição daquele colo , em geral muito bonito que este tipo de decote deixa parecer nas mulheres e sim, o hábito e a apurada técnica que elas desenvolveram, com as mãos, uma em cada ponto extremo do decote ,na proximidade das axilas, e ficarem puxando para cima e continuadamente, sempre que o nível das minhas expectativas está quase se completando!

Noto que a mulher sente qual o ponto exato de praticar esta nobre arte de sedução e sensualidade,pois logo que a parte mais explícita e do comecinho mais branquinho deste admirável conteúdo superior dos seios começam a implodir, elas puxam o decote para cima!

Este movimento me causa dor e frustração pior do que ser reprovado em concursos público. Apesar desta contradição é muito gratificante, pois se a dor existe de não ver um espetáculo merecido para quem , principalmente como eu sempre acredita nesta possibilidade, mas este sofrimento não é inevitável, pois, fica a certeza do inesperado descuido, de que uma próxima mulher, em um próximo momento, nos faça uma surpresa.

Esta tendência estatística de probabilidades que tal evento maravilhoso e surpreendente aconteça, têm no verão suas chances muito aumentadas e vão diminuindo à medida que, ele se despede e outras estações menos quentes forçam as mulheres a vestirem-se mais do que o esperado, o que sempre considero um ato de extrema crueldade, mas reconheço ser inevitável.

Andei procurando, em algumas poucas consultas a uma psicanalista amiga, e descobri quais as razões desta mania que prevalece em mim , quanto à torcida desta vontade incontida de que o decote tomara - que- caia, caia mesmo!

O máximo a que conseguimos chegar, foi a uma interpretação desta profissional que, arrancou de mim uma confissão jamais tornada pública, qual seja, o fato de que eu tenha mamado até os cinco anos de idade e só ter parado porque, meu pai e muito justamente, deu uma decisão na minha mãe definitiva, do tipo,ou ele,ou eu, sobreveio então em mim  esta quase obsessão.


No entanto, apesar das causas do desejo destas ocorrências nunca terem ficado muito bem esclarecidas, um fato marcou de forma indelével as minhas muitas sessões de análise com a aquela competente psicanalista, qual seja, o fato de que, depois da primeira vez, na qual expus minha problemática a ela, coincidentemente em todas as outras sessões que tivemos , ela jamais deixou de ir ao consultório com generosos vestidos com decote tomara- que- caia.

E a cada momento que ela o puxava para cima, esboçava um leve sorriso, como se estivesse, perguntando:

-É assim?

Desculpem , gosto muito destas minhas ingênuas fantasias.

OS HUMANOS.











É uma raça tão perigosa que o criador do universo não colocou mais ninguém nesta imensidão de estrelas, planetas, galáxias e o escambau, com medo destes mamíferos irem para lá e ficarem atazanando o saco dos seus vizinhos.
Eta povinho complicado esse tal de humano!

Depois de nascerem ficam com a boca grudada no seio da mãe sugando tanto leite que nem as mais requintadas fábricas de queijo necessitariam de tanto.

São extremamente dependentes daquela senhora que os pariu, e urinam tanto que parecem que beberam litros de cervejas, além das constantes excreções de outras matérias sólidas em abundância e notem, não comeram angú a baiana,nem acarajé apimentado, enfim é a prova de que os humanos começam a fazer merda e literalmente , desde a mais tenra idade.

Nascem absolutamente pequenos e dependentes, diferentemente dos chamados animais inferiores, pois a girafas, os elefantes, os cavalos e tantos outros, saem do calorzinho da barriga e já vão se virando poucos minutos depois , cambaleando e pernas bambeando,mais a sua primeira mamada na teta materna já é em pé.

Estes humanos preguiçosos ficam de papo para o ar nos berços da vida só esperando os meses passarem e cercado de um monte de gente adulta todos falando como se fossem uns anormais e atacados pela famosa Síndrome da Conversa de Berço, tipo:

-Gotosinho, chuca, chuca, chuca,bu, bu, bu, dá éta peninha po papi e óia mamá atchi du lado du bichinho butininho ,butininho,butininho,buá, buá....
Que raio de idioma é esse?

Imbecilguês?

Então descobri porque certos meninos e meninas. Já adolescentes têm diálogos curiosos e incapazes de construirem uma frase.

Também pudera,porque eles ficaram certamente, traumatizados por aquela Síndrome, e repetem depois de crescidos estas coisas que ninguém entende ,tipo:

-Aê mano
-Falô
-É isso
-Então
-Pô legal
-Legal cara
-Tô indo
-Vamu
-Té mais
-Té

Estes descendentes dos homus erectos crescem e começam a querer também e de verdade aquela infinidade de brinquedos, quinquilharias e bugigangas como as que entulhavam seus quartos, mais enfeitados do que os salões de baile de carnaval.
As meninas de tanto brincar de bonecas resolvem fabricar agora as suas de carne e osso e as chances para isso são totais, pois aquela legião de garotos explodindo testosteronas pelas espinhas, é uma prova inequívoca do tanto amor que eles têm para dar.

Os garotos que só pensam em menininhas e carros ,vivem agora de olhos nos dois, sendo que nas primeiras eles se divertem nas suas curvas e nos segundos se arrebentam todos enfiando, a cara nos postes.

Antes ou depois das curvas.

Estes humanos na crucial fase do seu desenvolvimento adulto,uns sarados, outros simplesmente tarados e elas, algumas esculturais , outras querendo sempre emagrecerem mais cinco quilos, resolvem trocar juras de amor eterno e até que a morte os separe. Uns “ficam”,outros casam, mas todos inexoravelmente, um dia após muitas pegações e arrochos mútuos, estarão à beira de um berço se derretendo e para variar, todos falando o que ouviram antes e vai começar tudo de novo!

-Gotosinho, chuca, chuca, chuca,bu, bu, bu, dá éta peninha po papi e óia mamá atchi du lado du bichinho butininho ,butininho,butininho,buá, buá....

CONQUISTA DA LUA: SEGREDOS E INTIMIDADES!




Um piloto de testes e aviador naval dos Estados Unidos, escreveu seu nome na história da humanidade.















Afinal ,sua façanha não foi ter escalado o Himalaia, nem o Pico da bandeira e muito menos conseguir sair de casa sem se atrasar para o trabalho em cidades entulhadas de carros como Nova York,Rio de Janeiro ou São Paulo , e sim, foi o primeiro homem a pisar na lua.





Era comandante da missão Apollo 11 e em 20 de julho de 1969 marcou o solo empoeirado daquele satélite natural da Terra com seu sapatão enorme, cujas marcas deixadas na Lua foram mais fotografadas do que a avantajada retarguarda desta farta e generosa Mulher Melancia.


O nome deste astronauta: Neil Armstrong.





Este pioneiro tem bons e inusitados segredos e intimidades para contar, além de suas parafernálias de informações cientificas que coletou naquele enfadonho deserto lunar e suas crateras cansativas de se ver e aqui entre nós, cuja melhor paisagem para os que lá chegaram, foi ficar deslumbrados com a imagem magnifica e azul do nosso planeta Terra .


Em maio de 2005, por exemplo, ele protagonizou um dos mais inéditos casos de processo por direitos autorais que se conhece, envolvendo o seu barbeiro de mais de vinte anos de amizade, Marx Sizemore.

Isto porque, aquele barbeiro vendeu por três mil dólares as mechas dos cabelos cortados do astronauta a um fanático colecionador, sem o consentimento ou conhecimento do famoso freguês e processado, foi obrigado pelo tribunal a devolver o cabelo ou o dinheiro.



Sem ter como reaver os restos de cabelo, Sizemore devolveu os três mil dólares ao astronauta lunar pioneiro que os doou a uma instituição de caridade.






No entanto, a história campeã de audiência da vida de Neil Armstrong é de um raro, refinado e inteligentíssimo humor, que começou com um fato ocorrido na sua infância e que talvez tenha feito com que ele tivesse aceitado um estranho e curioso desafio.

Consta que o menino Neil estaria jogando baseball com um amigo no jardim da sua casa quando a bola escapou para o lado dos seus vizinhos, os Gorsky,indo parar exatamente, debaixo de uma janela do quarto do casal.





Neil apressou-se em apanhá-la e lá chegando, ouviu uma áspera discussão entre eles, no mínimo inusitada.

A mulher, dizia para seu marido o Sr. Gorsky que parasse de “pedir aquilo” e em tom desafiador, colocando uma pá de cal no assunto, esbravejava dizendo que sexo oral ela só faria no dia que o menino Neil Armstrong, colocasse o pé na lua.






Imaginem a frustração do desolado Sr.Gorsky, mediante tão insólita probabilidade!





Os tempos passaram e muitos garantem que existe uma gravação de um diálogo do Centro de Controle da NASA em Houston e a Lua na qual, Neil Armstrong saltando no solo lunar teria exclamado, enfaticamente e com uma alegria incomum, uma frase que os operadores na terra não conseguiram decifrar naquele momento e que só mais tarde ele mesmo iria explicar.

Ele disse:

-Good luck , Mr. Gorsky ! (Boa sorte, Sr. Gorsky!).

Bem, como se vê, Neil Armstrong cumpriu a parte dele, mas será que a mulher do Sr.Gorsky manteve a palavra?








PÔ, CARMEM LUCIA!










O casamento foi lindo! Foi tudo muito lindo!

Dizem que as mulheres valorizam mais do que os homens o planejamento, as compras, as festividades, tudo que cerca aqueles momentos mágicos que antecedem ao "sim" da união matrimonial dos cônjuges.

Em parte, isto é verdadeiro, não totalmente, porque eu me emocionei muito com o nosso casamento. Mas, reconheço que realmente você o valorizou muito mais. Comprou tudo. Coordenou todas as despesas. Quanto empenho! Envolveu toda a sua a família. Verdadeiro trabalho em equipe.

Só depois da lua de mel é que fui ver tudo direitinho, fazer as contas, cotejar. E, como você valorizou Carmem Lucia!

Aquelas pouquíssimas rosinhas de chocolate que a sua mãe sugeriu para que fossem oferecidas aos convidados quando eles saíssem da festa, custou mais do que o aluguel da igreja e o coral, com o órgão do padre e tudo. Lembra do meu sapato preto, importado da Austrália de couro de canguru, que você achou lindão? Então, daria para comprar uns cinquenta pares com o dinheiro gasto naquelas singelas lembrancinhas de chocolate.

Eu sei que foi uma amiga da sua mãe que nos vendeu, não foi? Se a gente não conhecesse bem a sua mãe, Carmem Lucia, diríamos que ela levou, no mínimo, cinqüenta por cento de comissão naquela comprinha.

Foi muito caro. O pior é que eu vi crianças atirando aquilo umas nas cabeças das outras. Um duplo desperdício. Como você valorizou nosso casamento, Carmem Lucia!

Aquela gorda dona daquele tal Pastel do Carioca, empresa fantasma que fez os pasteizinhos de queijo para tira-gosto a pedido do seu pai bebum, cobrou mesmo aquilo tudo?






Tem certeza que o seu pai só gosta de comer os pasteis dela?

Fiz umas contas rápidas e o que pagamos por aqueles pasteizinhos safados e mirrados daria para a gente comprar uma pastelaria no estado que mais se come pastel: São Paulo.





Uma coisa à toa que, nem tinha vento e, com uma bolinha de queijo muito acanhada lá dentro, do tamanho de um grão de feijão. Um roubo!

Desculpe, mas é revoltante. Outra coisa Carmem Lucia: eu tinha alugado um carro conversível, do ano na agência de um amigo, uma semana antes, e no dia do casamento seu irmão cancelou e alugou o carro dele para nós, aquele Escort 86 enferrujado com a capota furada e coberta de lona.



Eu não entendi.

E nos cobrou o dobro do preço daquela limusine conversível que eu já havia contratado. Olha, vou ao Procon. Temos que conversar, seriamente, com seu irmão

E tem mais, quem pediu aquelas empadinhas de camarão para sua prima? Confere aí, pois, eu duvido que ela tenha mandado as quinhentas encomendadas. Foram caríssimas, não tinham camarão e ela deve ter entregue, menos da metade do que nos cobrou.

O Juninho, filho da Esmeralda berrava: - mãe devolve minha empadinha. Ela tomou da criança na mão grande. Todo mundo estava reclamando. Meu amor
você valorizou demais, prestigiou demais seus parentes, foi muito mão aberta com a sua família.

Você falou que o tapete vermelho começaria na entrada da igreja, até ao altar. Que tapete?Tivemos que ficar espremidos em cima de um minimo capacho vermelho. Roubaram o maldito do tapete, Carmem lucia?
E o dinheirão que eu paguei por 20 quilos de pétalas de tulipas multicoloridas que seriam jogadas em cima de nós no momento do beijo, lá no altar. Pétalas? Minha cabeça ficou cheia de serragem e papel de jornal picadinho. Parecia desfile gay na avenida, Carmem Lucia.

Ficamos todos emporcalhados com aquilo. Não quis lhe falar nada para não quebrar o clima, mais até quando nos deitamos na nossa tão esperada alcova na lua de mel, você ainda tinha aquele embuste de enfeite, dentro da calcinha.

Lembra-se que eu comecei a espirrar? Era serragem Carmem Lucia! Vê qual foi o seu parente que nos vendeu alho por bugalho. E o arroz que seria jogado quando entrássemos no carro? Jogaram alpiste e milho, na nossa cara. Parecia chuva de granizo.

Eu paguei arroz agulhinha de primeira. Jogaram alpiste e milho. Alguma insinuação a você? Não é possível.

Tudo isto seria perdoado, não fosse aquele episódio grotesco de você começar encher a cara com seu pai - aquele bebum inveterado - desde cedo, e ficar em altíssimo, estado alcoólico mal a festa ter começado. Abraçava todo mundo com aquele bafo insuportável e, ao invés de cortar o bolo de casamento cortou a galinha assada, do prato que estava perto.

Carmem Lucia,você estava tão embriagada que, quando me ofereceu aquele pedaço de galinha, pediu para que eu não sujasse o terno com o chantilly!



Galinha com chantilly, sua miserável bebum?

Bandida,você bebeu tantos tipos de cachaças que eu nunca tinha ouvido falar!



Foi, exatamente, aquele seu deplorável estado de embriaguez que, não deixou você notar quando, no final da festa, saímos e seu irmão parou aquele maldito Escort, no tal hotel que seu primo nos reservou, dentro de um pacote turístico que incluía estada em Teresópolis por uma semana com café da manhã, almoço, lanche e jantar executivo com velas e outras coisas românticas, como passeio de cavalinho e assemelhados.

Na verdade ele nos deixou num velho sobrado na Rocinha. Lembra-se que você dizia - nas poucas vezes que conseguiu acordar naquela noite do embuste - que seu primo tinha pensado em tudo, até nos fogos de artifício?

Carmem Lucia, aquilo não era foguetório nenhum, e sim um intenso tiroteio de armas pesadas entre a policia e os traficantes do local.

Como fui enganado!Estou num estado deplorável e lhe deixando esta carta, porque já está amanhecendo, você ronca como uma porca, o tiroteio acabou e vou direto procurar meu advogado para anular este verdadeiro ato de terrorismo que vocês chamaram de casamento e, colocar sua família na cadeia.

Carmem Lucia, respeitosamente, caso você queira suicidar-se, deixo-lhe um vidro de chumbinho, na mesinha de cabeceira.





Torço por isso. Adeus.

AMANTE ORIGINAL







Aproxima-se o fim de mais um dia de intenso trabalho, e aquele pensamento constante e repulsivo, não lhe saía da mente! Pensava a cada minuto, naquela criatura vil e aterrorizante que deixara em seu lar.
A última noite, em sua companhia, fora a mais cruel e insuportável, e naquele momento resolvera, de uma vez por todas, por fim àquela situação.

Chegando a sua casa, logo ao abrir a porta, deparou com aquela criatura mesquinha, sórdida e provocadora que não lhe dava um minuto de descanso, fazendo-o passar os dias e as noites mais infelizes e atribulados da sua vida e agora, acintosamente deitada em sua cama,como a desafiá-lo.

Resolveu declarar guerra àquela megera .

Atirou-se à cama para agarrá-la e castigá-la, masculamente.

Ela fugiu, logrou escapar, indo para a sala tentando esconder-se, numa atitude covarde, digna, somente das criaturas inexpressivas.

Tinha de uma vez por todas que acabar com aquele sofrimento brutal, que fazia do seu lar, um cubículo triste e aterrorizador.

Ele a seguia furiosamente. Resolveu espancá-la com o salto duro do seu sapato, daria contra aquela cabeça vazia, para ensiná-la a dor que nunca antes havia conhecido, pois jamais fora homem de bater em ninguém, quanto mais num ser mais frágil como aquele, porém agora era demais!

Calculou friamente a pancada e mandou brasa, porém mais uma vez, aquela criatura conseguira desvencilhar-se, correndo de um lado para outro como se estivesse zombando da sua virilidade e, finalmente, foi para o quintal. O nosso pobre amigo suava frio por todos os poros e, o cansaço já era uma evidente realidade em seu corpo.
Numa atitude derradeira e louca, resolveu matar aquela coisa, sim matar a tiros. Faria daquele ser, migalhas.
Rapidamente foi ao quarto, abriu a gaveta. Tremiam-lhe as mãos. Apanhou sua arma,
e a passos firmes caminhou para o quintal escuro, envolvido na noite fria de inverno. A vitima estava ali escondida.
Acendeu uma vela que trazia no bolso e colocou-a no chão. Então a luz fraca da vela descortinou-a encostada a um canto, já agora temerosa, mas nem por isso, menos intragável e repulsiva.

Corajosamente, apontou-lhe a arma. Fez mão firme, pois aquele era o momento mais dramático da sua vida. Mirou-lhe, estrategicamente, a arma, para o seu crânio e disparou por diversas vezes, ouvindo-se as secas detonações das cápsulas. Seguiu – se a morte instantânea da vitima, já agora enlameada e inerte no solo.

Sua cabeça destroçada sob a terra aguada da chuva, que algum tempo caía, como para limpar as horrendas manchas daquele ser, apresentava-se como o quadro final daquela tragédia.


-Livre, estou livre – gritava, histericamente, aquele secular sofredor.

Sim, jamais passaria outras noites em claro por causa daquela criatura.

Lá estava ela destroçada pelos certeiros tiros do nosso frouxo machão, que na linguagem esportiva, dir-se-ia ter acertado bem na mosca, porém, o que não é verdade, pois no caso a mosca era uma barata !