-Mario Henrique, pára de ficar dando nomes diferentes as minhas partes...
-Que partes mulher?
-Minhas genitálias.O que é este 2008 e 2009 que você fala toda hora?
- Então, Sulamita: O que deixamos lá atrás é 2008, na frente agora é 2009...
-Pelo que eu te conheço você então não vai querer, entrar tão cedo em 2009 -risos demorados.
-Sula, minha...
-Já te pedi para não me chamar disto.Não gosto e pronto.Sula é nome de puta!
- Desculpe, minha gostosa.
-E também, quando você fica me chamando de gostosa. Sei exatamente em quem você está pensando...
-Em quem Sulamita?
-Naquelas gostosas da Playboy
-Sulamita, você dá de dez a zero naquelas barangas
-Me engana que eu gosto.Mas, sabe de uma coisa, Mario Henrique, pensando bem, você pode na hora fantasiar o que quiser, desde que o meu não venha faltando.
-Aí, garota, agora foi na veia.Gostei deste negócio de que “ desde que o meu não venha faltando...”. Farinha pouca meu pirão primeiro, não é nêga véia!
-Aliás, Mario Henrique, por falar em gostosa você ainda não me pagou o dinheiro do peru de natal.
-Não paguei? Pensei até que tivesse retribuído...
-Isto é outra coisa, Mario Henrique. Você tem mania de tumultuar tudo.Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, compreendeu?Eu todo dizendo, meu benzinho aquele que eu comprei e assei no forno para você comer gostozinho...
-E vai dizer que o que eu lhe dei, não estava gostosinho?
-Estava, mas é outro gênero de gostosinho, não saiu do forno e não custou nada.
-Não custou nada?
-Chega de papo e paga meu peru de natal- finalizou Sulamita colocando ordem na casa!
Nesta altura os dois caíram numa demorada gargalhada.
É comum aos casais encontrarem enredos para lhes alegrar a vida.Este cotidiano da mesmice é muito chato. É por isto, que se não houver um bom papo cabeça, os casais além das cabeças, perdem, também inteiramente o papo.
Sabem o que é a melhor diversão de um casal? Não é Ipod, televisão de plasma de duzentas polegadas, máquina fotográfica de bilhões de pixels, máquina disto, máquina daquilo, pois a melhor diversão do casal é o casal.
Lógico que você tem que respirar, sair, tomar um chopinho, comer um jantarzinho, ir ao teatro, parar de trazer cd de filme para casa e ir ao cinema, parar também, de ficar enchendo a cara de pipoca, cachorro-quente e refrigerante no sofá.Isto não é vida! É diarréia!
Quando estiver com um dinheirinho sobrando (e quando é que está, mas sejamos otimistas) fazer uma viagenzinha.
Eu chamo estas coisas de lubrificação das fantasias. O casal precisa de lubrificação. O negócio e não exagerar na dose. Vai que você se entusiasma e mete o cassete no cartão de crédito.As contas depois tirarão o tesão de quaisquer amados – amantes. É verdade! Amor não resiste às dívidas.Você decide: quer um serviço de cama e mesa dentro das suas possiblidades ou vai rolar no chão de chorar.
E de repente Sulamita sente alguma coisa nova em seus 2009, vira-se para Mario Henrique e confirma:
-Mais cedo do que eu pensava - balbucia Sulamita na Trompa de Eustáquio de Mario Henrique.
-Não seja tão simplória e humilde assim Sulamita.Com uma possibilidade destas, você acha que não ia me lembrar daquele champanhe que nos estouramos ainda há pouco, fosse motivo para que entrasse com o pé direito?
-Pé, não senhor! Venha com jeitinho!
Um comentário:
ushuahsuahsuhsuahsua...
mais umas boas gargalhadas vindas de seus textos!!
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