Capítulo 5.
HÁDESER
– A ORIGEM DO NOME.
Os seus derradeiros habitantes tiveram o cuidado histórico de reunirem toda uma documentação audiovisual gravada em fita cassete, daquelas muito antigas que tinham som e imagem gravados, deixando‑as para a posteridade.
É um testemunho surrealista da sua
existência, a todos aos incrédulos e àqueles que só acreditam no que está
escrito, tipo filosofia de jogo do bicho e querem ver para crer, no melhor estilo São Tomé.
É a transcrição deste material que se baseia a historicidade de Hádeser aqui narrada.
É a transcrição deste material que se baseia a historicidade de Hádeser aqui narrada.
O
nome Hádeser está intensamente ligado a uma verdadeira irritação aos habitantes
daquele país quando algum embaixador de qualquer país amigo ou político em
missão oficial ou presidentes de outras nações diziam enfaticamente em entrevistas públicas que,
Hádeser era o país do futuro e que haveria num dia muito próximo, alcançar seu merecido desenvolvimento.Irritação maior só era conseguida quando, além
desta maldita frase, juntavam-se os elogios sobre as suas deslumbrantes riquezas naturais, seus rios,montanhas, florestas , fauna e flora muito ricas e inexploradas, além dos seus mares intermináveis, sua grandiosidade territorial, a bondade de seu povo,a beleza de sua gente e outras
afirmações deste gênero de rasgados elogios.E quando isto era pronunciado, e desta
forma, passava a ser considerado um ato de provocação, oficialmente sujeita a
sérias retaliações e pesadas punições, por parte das chamadas autoridades superiores. Foi um trauma adquirido por aquele povo que iremos entender.
Pesquisar o motivo deste constrangimento nacional é encontrar as razões históricas dos
freqüentes desentendimentos ocorridos entre Hádeser e os Estados Coesos – EECC. Nação muito unida e a que mais enaltecia às possibilidades futuras daquele povo e sempre apresentava-se como o país "amigo" de
Hádeser que sempre procurou ser uma espécie de “irmão mais velho rico e protetor” do povo
Hádeseriano e aos quais os Hádeserianos copiavam em tudo, no modo de se vestir, comer, cantavam suas musicas em frenéticos musicas e mais pareciam macacos de imitação, enfim, culturalmente subordinados!
Todos
os embaixadores dos Estados Coesos, quando visitavam Hádeser só comentavam exaustivamente sobre isto apesar de nunca
saberem direito qual era a capital de Hádeser e viviam sistematicamente, fazendo negócios com Hádeser e sempre levando o que de melhor existia e deixando só quinquilharias e bugigangas para os nativos.
Foram os Estados Coesos é que criaram entre Hádeserianos uma verdadeira neurose de grandeza inútil e verdadeira rejeição a adjetivos deste Jaez (que palavra!) pois, sentiam-se continuamente elogiados e explorados, não necessariamente nesta ordem!. Durante muitas décadas a menção de “nação do futuro” gerou em Hádeser intensas expectativas. Sucediam-se as gerações e, no entanto tudo que restava era a esperança de ser a “nação do futuro”, “o futuro da nação”, “amanhã seremos" e voltamos a repetir: coisas deste gênero! Criou-se então o Comitê Nacional pró Realidade – CONAREAL- que tinha a incumbência de não deixar o povo iludir-se mais com aquelas menções “honrosas” e enganosas daquela natureza. Então, reprimia, reprimia e reprimia.
Foram os Estados Coesos é que criaram entre Hádeserianos uma verdadeira neurose de grandeza inútil e verdadeira rejeição a adjetivos deste Jaez (que palavra!) pois, sentiam-se continuamente elogiados e explorados, não necessariamente nesta ordem!. Durante muitas décadas a menção de “nação do futuro” gerou em Hádeser intensas expectativas. Sucediam-se as gerações e, no entanto tudo que restava era a esperança de ser a “nação do futuro”, “o futuro da nação”, “amanhã seremos" e voltamos a repetir: coisas deste gênero! Criou-se então o Comitê Nacional pró Realidade – CONAREAL- que tinha a incumbência de não deixar o povo iludir-se mais com aquelas menções “honrosas” e enganosas daquela natureza. Então, reprimia, reprimia e reprimia.
O
CONAREAL era uma Secretaria da
Presidência da República Hádeseriana com pouquissimos empregados e tralhavam muito, com um rígido horário de trabalho de 08:00 às 08:30 às terças-feiras com 30 minutos regimentais para lanche.Ou seja, só trabalhavam às terças-feiras! Como assim?
Atendendo
aos majoritários apelos da consciência nacional, o Conareal fazia
questão que seus 42.600 (quarenta e dois mil e seiscentos) empregados
recebessem um piso salarial mínimo e compatível com a natureza transcendente da
sua missão, fixado em 200 (duzentos) vezes o salário mínimo
vigente. Os cargos de diretoria em número reduzido de 2300 (dois mil e trezentos) tinham
tabela especial, aprovada durante Sessão Plenária do Congresso Nacional Hádeseriano que ficava
em recesso durante 11 meses do ano fato, também que, nunca ficou efetivamente
explicado!
Dentre
as múltiplas funções do Comitê Nacional pró Realidade – Conareal, uma era a de
prover aos alunos dos mais diversos graus do ensino de uma matéria que exorcizasse
da juventude de Hádeser daquela abominável ilusão de país do futuro e criasse, aí sim, a
mística da modernidade, agora, já e que era fundada nas mais concreta e absoluta realidade.
A matéria lecionada em todos os graus chamava-se Estudo das Soluções
Hádesianas – ESH, na qual a mística da modernidade atual em oposição ao “país do
futuro” era ministrada por professores, em geral militares – não desculpem –
militantes da ativa filosofia do Conareal.
O
depoimento gravado em fita cassete está muito prejudicado neste trecho.O som é muito ruim e a imagem esmaecida! Talvez tenha entrado água na caixa da fita. A imagem some muito. Um desastre. A existência da preocupação governamental era
abolir da nação a sempre indesejável perspectiva de um dia ser grande, o
melhor, o mais desenvolvido, e o cansaço e explorado povo Hádeseriano queria
efetivamente era o desenvolvimento já. A modernidade!!! Ser globalizado,
globalizar, globulhar-se, globulhezar-se…
Tem-se notícia de centenas de manifestações populares
pela Campanha do “Desenvolvimento já” ou “Futuro agora”! Modernidade moderna!
“Modernismo com moderna modernidade”, “Moderno piu moderno”, “globalização é
tudo”, globalizar é globalizar”, entre outras . Enfim, o depoimento de um cidadão Hádeseriano.
Num dramático depoimento deste cidadão de 87 (oitenta e sete) anos, entrevistado pela Rede Goela de Televisão – tinha este nome nome pois, engolia sempre a concorrência e dominava todas as audiências.
CONTINUA...]
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